sexta-feira, janeiro 27, 2006

Me diz, Isolda, por que, por mais que sejamos dois, só há seu perfume nos lençóis e até as violetas têm sua cor?
sinto.
re-sinto.

recinto.
Você nem sempre sabe o que eu quero dizer, muito menos, o que eu sinto. Para quê, então, ficar tentando adivinhar?

terça-feira, janeiro 24, 2006

Deixa-me ver estas tuas mãos calejadas, para que curemos essa dor de seus olhos, com um belo copo d'água, neste verão. Deixa-me ver estas tuas duas mãos tão calejadas de sua angústia. Depois, deita no meu colo e vê se me diz quem és. Deixa-me saber eu e saber você.
[re]invento
as minhas dores
e as do mundo.


[re]viro.
[re]torno.
retorno.

[re]penso.
[re]passo.
repasse.

re-digo:
quem sabe,
repito.

[re]invento
as distâncias
e
[re]insisto.

reinvento.
[deixo-me levar
pelo mundo.]

no fim,
respiro.

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Brasília

Brasília é amarelo
desaparecendo no horizonte,
deesmanchando-se com o lago
Paranoá.

Brasília é azul vibrante
com manchas pequenas,
brancas
que se põem.

Aí, dão lugar ao céu escuro
límpido
sem estrelas.

Brasília não é mar.
Mas praia.

segunda-feira, janeiro 16, 2006

[Janaína]

Me deixa limpar esse seu sangue vermelho-rubro que escorre de sua testa e cobre sua face. Me deixa limpar esse seu suor e essa poeira. Me deixa limpar sua alma com um chá com gotas de vodca. Me deixa descobrir quem é você.

Porque é assim. Eu, quando amo, Calamidade, quero me perder em quaisquer pessoas, para depois me entender. Conversa comigo, me deixa limpar sua face, para caminharmos mais umas léguas. Me deixa estar do seu lado, para saber quem sou eu.

domingo, janeiro 15, 2006

falta-me saco.
no clima dançante: sharon jones - natural born lover


E é quando eu relembro de meus passos, e reconto minhas estórias, e refaço minha vida e minhas personagens que me vejo. Quando eu me pego relembrando fatos, amores e silêncio, jorro e me esbaldo em vontades. Aí, caio e fico a remoer dores, que logo passam.
Ao parar no sinal, ecebo mil papéis de promoção do supermercado e um de panfleto de viagens.

Queria relembrar meus passos, mas estar longe daqui.

sexta-feira, janeiro 13, 2006

na falta de minhas palavras:

"você não precisa dizer mais nada, que ainda consigo escutar o som do vazio das suas palavras qeu os seus olhos não param de gritar. para onde você vai agora, por onde irei te procurar? se, no futuro da minha memória, você está comiho em todo lugar? [...]
você me acusa de nunca saber como entender sua lei. mas como é que eu pude me deixar me perder, se nunca sequer me encontrei?"

quinta-feira, janeiro 05, 2006

é meu porto. meu resguardo.
e meu desastre.

segunda-feira, janeiro 02, 2006

Olha o que nós éramos, olha o que nós viramos. Olha o que será de nós.