Tampou com as mãos vazias o rosto ferido pelas lágrimas pesadas que escorriam todo dia...
Lembrou de todo o peso que mesmo sem querer escorria sobre sua cabeça e caía direto no ombro, e seu copro cansado, se via obrigado a se curvar como um ancestral do homo sapiens-sapiens andando no meio das nossas ruas em pleno século 21.
Escondeu seu rosto culpado e sua corcunda feia com um gesto acanhado, foi se arrastando aos poucos pelas grandes avenidas da cidade em busca de aprovação de alguma alma viva, ou morta, que a visse na cidade. Mas aprovação não veio e o sentimento de que poderia ser mais que essa grande carregadora de sacolas cheias de infinitos erros foi embora.
Quando tudo estava funcionando, já havia se acostumado com o peso das sacolas infernais, o garoto da rua de cima deu-lhe a primeira pedrada...
Já disse Jesus: "quem não pecou que jogue a primeira pedra"
E o garoto era uma criança. Qual o pecado de uma criança?
Quem não pecou pra si mesmo, que dê a primeira pedrada. Quem não pecou pra si mesmo que saiba quando é inocência
E quando é crueldade.
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