Algum dia desses, caminharei sobre as dimensões formadas entre meus sonhos e não terei medo de cair nos buracos negros que se escondem bem na confusão mental que sou. Correrei para os meus próprios braços e sentirei um calor que nunca senti, e as lágrimas escorrerão de alegria, pois acreditarei em fadas - como o Peter Pan - e voarei com bons pensamentos para uma terra na qual só exista a loucura. Algum dia, enxergarei vidas que não são minhas e serei capaz de entender pessoas que nunca existiram. Levarei comigo uma pintura qualquer do Dalí, uma bonita, e guardarei em saquinhos as mais belas pedras que acharei pelo caminho - para distribuir depois.
Aprenderei a cantar e não terei mais que ver televisão.
Algum dia me incomodarei menos com algumas coisas e meus dias serão ensolarados, embora frios, porque eu odeio calor - e este, não vai parar de me incomodar.
Eu serei mais eu, e ainda assim menos madura, minhas lágrimas não terão potes para cairem em, e então, quando elas surgirem, formarão rios límpidos que, ao evaporarem, tornar-se-ão os ares mais frescos! Aí eu comprarei um par de luvas roxas e um chapéu de palha, e saberei plantar margaridas brancas e cheias de perfume.
Nesse dia, meu bem, seremos só nós, sem pensar em passados ou futuros.
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