quarta-feira, setembro 16, 2020
Segunda-feira (dia de Lua)
A pele arrepia. Finalmente, a dor chega. O medo. Tomo por real aquilo que quase aconteceu. Eu quase não estaria aqui. Eu quase morri. O homem que eu amei quase me matou. E eu sobrevivi. Sobrevivi? Deixo para trás um pedaço de mim para colar novamente meus pequenos pedaços. A pele, roxa, arrepia e dói. Os olhos, sensíveis à luz, choram. Eu coro. Ecôo. Minhas mãos ainda tremem. Hoje, é regido pela lua. Essa que traz as cores da noite às superfícies, que ilumina quando iluminada, que cerca de luz tangente. Hoje não sou mais eu, sou outra. Caio em mim percebendo que modifiquei. A pele arrepia. Eu não morri. Eu ainda estou aqui.
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