Parei de ler o livro sobre História da Arte quando notei que nada foi falado sobre Camille Claudel, que morreu abandonada em um Hospício, jogada lá pela sua família por exercer uma atividade masculina.
A genial escultora foi ocultada pela crítica, que a escondeu atrás de Rodin, seu amante e mestre, além de colocá-la na sombra de seu irmão, influente político francês.
Depois de internada (acho que em 1910) parou de esculpir por um princípio: só trabalharia em liberdade, pois não era louca por ser artista.
Negando-se seguir o padrão do ser-mulher, ou seja, mãe e esposa dedicada, sendo artista, inteligentíssima e independente, foi abandonada por uma sociedade que construiu e remolda a todo tempo uma moral dicotômica de certo e errado, onde outras escolhas morais são dilaceradas pela crueldade de olhares binários sobre os corpos.
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