"Ao contrário, a melancolia se constitui como elemento fundamental dos sistemas atuais de simulação, 'qualidade inerente ao modo da desaparição do sentido, ao modo da volatização do sentido nos sistemas operacionais (...), desafcção brutal dos sistemas saturados'. para além de todo pessimismo, niilismo, hedonismo ou otimismo, para além de toda dor ou toda alegria, centrada na morte, como categoria existencial, e na catástrofe, como categoria social.
(...)
O homem barroco, imerso num mundo permeado por valores permanentemente em crise, no alvorecer de uma cultura massiva e urbana, parece cada dia mais próximo. O homem barroco se configura como sujeito aônimo e solitário, cindido e cético. Tudo no fim se resume a pó e nada. A história é o domínio d acatástrofe, da ruína e do sem sentido. Resta um profundo lamento do passado, 'que não é uma valorização mistificada, mas simplesmente a lembrança dolorosa de momentos vividos, que não são mais e que não serão nunca mais'".
Denilson Lopes, no livro Nós os mortos: Melancolia e Neo Barroco.
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