segunda-feira, fevereiro 02, 2004

Com todas as palavras, certinhas, me disse que queria que eu não tivesse existido. E eu deixei de existir. Como se tivesse me matado aos doze, desapareci em um raio de quilômetros.

Hoje não existe telefonema, e-mail ou carta. Só a certeza de que o que nunca foi não poderia existir.

, no dia 30 de outubro de 2003 :

Todos os meus sonhos se resumem à
Ilusão.

Se não há porquê lutar
Pelo quê viver
Ou chorar

De todas as coisas do mundo
O grito era o mais importante.

E todas as paredes, que vedam lágrimas
Que vedam imagens
Que vedam saberes
Acordam soluços
Projetam-se em mim
Como se solidão fosse sobrenome.

Todas as minhas noites
São preenchidas de vácuo de você.
E eu, com minhas mãos frias
Saio de mim como fugindo de um pesadelo
Eterno.
Etéreo.

As vidas já não me parecem promissoras
Quando eu era criança,
quem me dera ter morrido aos doze
Minha mente ainda não era ingrata.

Todas as minhas noites são brisas mornas enquanto quero frio.
Mas meu quarto não tem janelas como estas
E eu, presa em mim, não sei sair.

E todas as paredes vedam meus gritos,
Fraca, já não sei fingir.

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