quarta-feira, julho 02, 2003

Da Ana!

Amor (2002)

São palavras secas que fogem da alma
E um vento frio que eriça os pêlos
Lágrimas a esmo que escorrem junto aos dentes
E o sal que agoniza pela boca.

Sabores acres dominados de desejos
E um surto de razão, inconclusivo
E a devassidão de palavrões malditos
E a voz que fala, sem que diga nada.

A garganta morna, encharcada de bebida
Um grito ululante que reverbera pelas portas
Sentimentos pobres e superficiais. Discordas.
Pequenos corpos banhados de suor nas bordas.

Um suspiro flácido, quase desfalecer.
Não há entrega, tudo é lazer.
Cigarros e lençóis e murmúrios e tempo e sono
Despertares rápidos (atrasados) e sem sonhos.

O telefone toca, e eu não suponho
Se esbarrar no mundo, quase um descuido
Um dia-a-dia lúcido, nada de novo
Chegar, deitar, banhar, dormir e acordar de novo.

E o rever, eventualidade intensa
Sem esperança nem prévia elucubração
Um beijo quente, um reencontro enérgico
Dividindo sentimentalidades. Ou não.

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