terça-feira, novembro 29, 2005

Essa minha mania de remexer passados...


Eu queria, agora, só alguém que entendesse minha certeza em falhar. E que não me dissesse que eu sou capaz de fazer diferente.

Eu queria que alguém ouvisse minha dor e não quisesse dividí-la.

Pois, dor não é algo que se divida.

sábado, novembro 26, 2005

Há dois minutos, eu fui Isolda: nada era tédio, solidão ou amargura. Tudo era possível, bonito, podia ser refeito ou desfeito. As cosias não eram ápices de dor, mas de liberdade.


Volto a ser Izolita. Me parece que Janaína pouco respira.
Brasília

Só é beleza assim:
preta, branca
e amarelada:
as luzes refletem nas gotas
que caem incessantemente,
como se quisessem dizer "repare!"
Brasília

É condensação:

gotículas minúsculas
embaçando as janelas.

À noite faz frio
e eu sorrio.

Na aurora,
as flores estarão molhadas
da noite anterior:
Brasília é
uma gota d'água
que demora a cair.

sexta-feira, novembro 25, 2005

Eu te amei, meu bem. Eu te amei. Não me satisfaz mais pensar neste pesar.
'Eu não gosto mais de segurar na mão' - disse Isolda. E completou: 'Acho que perdi o medo de cair.'

E caminhou com o sorriso no rosto e Marcelo ao lado.
Se eu fosse fazer uma lista dos meus amores e paixões, seria coisa infinita.

Olhando pela janela, sem a pressão do tempo, diria que o que me cativa é a visão bonita da cidade, vista do alto, à noite. E me basta.
A verdade é que eu ando rededscobrindo a mim mesma, todos os dias, no meu sofá. Eu olho para mim e falo comigo: não há ecos. Eu, hoje, pareço saber quem sou.
'we can't get away'
sempre chega no ponto do intransponível: meus gritos não me levam a lugar nenhum, e a pessoa que escuta, não sabe o porque de estar ali.

terça-feira, novembro 15, 2005

"and the shots of tekila, they say they need it, but what they really need is just a little room to breath"

A primeira música da noite, meu bem, é a que tende a levar todos para a pista.
rádio-cabeça:

"Hold on if you can
You're gonna sink faster
Than you can imagine so hold
Hold on if you can
You're gonna sink faster
Than you can imagine so hold

It's just time to swim ashore
If I drift long enough
I'll be home"

domingo, novembro 13, 2005

"But here comes the music!"
balanço da noite: los hermanos no centro comunitário só quando não houver área vip, um cd novo que não dê sono e eu voltar a ter paciência pro empurra-empurra.

sábado, novembro 12, 2005

melancolia.

sexta-feira, novembro 11, 2005

Ir ou não ir, eis a questão!


[los hermanos amanhã, no centro comunitário. preguiça, preguiça. querer matar o marcelo camelo com a tal morena que aparece em todas as letras dele]
Naquela cabeça só há espaço para música.

Ressonante, com timbres graves e agudos. Forma-se ritmo, beleza, música: logo, nesta cabeça, torna-se verso.

Nesta, só há espaço para as letras, que unidas, uma a uma, formam a intensidade da dor, da beleza, da locuura e, eventualmente, da solidão.
Sabe, meu bem:

"eu sei que é um doce te amar, o amargo é querer-te apra mim".

quinta-feira, novembro 10, 2005

Um machucado grande na perna.

sábado, novembro 05, 2005

De repente, me dei conta do porquê de tanta dor: os azuleijos do banheiro que não combinam com os do chão. Nada disso queria que permanecesse familiar. Tudo o que é igual, permanente, parecido, conhecido. Nada disso eu quero. Eu tenho tudo o que grande parte das pessoas queria ter. Só que nada disso me serve. Nada me cai como luva e nada preenche meu peito. Eu grito e o eco retorna sempre com uma palavra a menos. É isso! Nada acalenta. Sempre que vai, volta mais fraco. Sempre que me olho, vejo faltando um pedaço. Como se a imagem no espelho fosse se apagando aos poucos, e aos poucos, e aos poucos. O porquê? Não matarás, nas aulas, Decálogo 8 no cinema, A liberdade é azul e a cena da piscina. É uma constate de cenas que machucam os olhos com as lágrimas que me fazem querer morrer. Ainda, a vida de todos esses é fictícia. A minha: solidão. A dor existe porque olho o refil de xampu anti-caspas esquecido no meu banheiro e não faz sentido. Olho as minhas fotos, e em nenhuma pareço existir. Eu sou o reflexo de algo que não lembro o que foi. Não lembro das horas que se passaram, dos diálogos travados, das conversas inteligentes. Eu sou vista como alguém que não sou e não há música que me faça ser menos melancólica. Eu entro na vida das pessoas para ensiná-las a amar, disse-me Cecília, uma vez. Elas entram na minha vida para me fazerem compreender ainda mais o sentir-se só. Eu entro na vida das pessoas para olhar para a vida com menos rancor. Saio delas com punhaladas nas costas. Não adianta: tudo isso me entedia. E é essa a dor. A solidão, o tédio, o escrever mal, o não conseguir corresponder sentimentos, não saber o que quero fazer da minha vida, não ter um apoio que segure minhas lágrimas. O pior: não querer apoio algum para minhas lágrimas. Não quero beijos no ombro, nem piadas infames. Meu humor decaiu com a força de um temporal. De qualidade e capacidade de rir de mim mesma, acredito em Leland: há sempre a tristeza por trás das coisas e nos negamos a ver.

Há sempre uma lágrima entalada na minha garganta: todos se recusam a me olhar.

quinta-feira, novembro 03, 2005

Janaína abre a janela e grita forte:

- Meu Deus, me deixe sumir de mim!
Adoro balanços.

quarta-feira, novembro 02, 2005

Juliana é desse tipo que não transborda. Não se abre, não se entrega. Ela não é Janaína ou Virgínia.

Juliana é dessas garotas que não tem para quem se mostrar.