segunda-feira, setembro 29, 2008

é mentira que eu seja uma música do nick drake.





eu sou mesmo é um pop bem meloso.

quinta-feira, setembro 25, 2008

matheus é foto nunca revelada.
[das cartas esquecidas no armário]


é que você, janaína,
mantém essa ingenuidade adolescente,
ao achar que se você pensar muito forte
realmente forte


ele ligará no dia seguinte.




e você sabe, querida, que tudo isso não passa de uma bela mentira.

domingo, setembro 21, 2008

[while the crowd is waiting for the final kiss
the one which allows them to sleep well
we walk along the wrong path
the one which leed us to our own blessed

we need hints
before we get tired
but we need hints
before we get tired
now we need hints
before we loose pace
now we need a hint to know we're on the right track]
domingo + chuva = melancolia

quarta-feira, setembro 17, 2008

[na rádio-cabeça]

my love is wider
wider than victoria lake
[and you know that]
my love is taller
taller than the empire state



[sade]

segunda-feira, setembro 15, 2008

O Vinícius (http://dizzyrock.blogspot.com/) escreveu, esta semana, um texto acerto-de-contas com o heavy metal em que comenta como rock é uma cultura, antropologicamente falando. Estou longe de discordar. Talvez, hoje, com meu olhar acadêmico (ta, chato, vai!), eu consiga concordar facilmente com seus argumentos. O problema não é que o rock, ou o metal, criem regras, normas, valores a serem seguidos por seus integrantes. Mais que isso, a questão é que os sentidos da vida no rock mudam, tanto para quem o vivencia(ou), quanto para quem entra em seus registros.

Marshall Sahlins, um antropólogo estadunidense, é um dos teóricos contemporâneos a apontar com propriedade que um dos problemas da Antropologia é ter dificuldade de trabalhar com duas variáveis ao mesmo tempo: símbolo (ou, melhor, significados) e história (ou mudança). Nós, na nossa vida cotidiana, provavelmente operemos com os mesmos problemas. Não enxergamos fases a partir da possibilidade de criação de um sentido de vida razoavelmente permanente, ou seja, que se torne ponto-chave da criação de personalidades (esta interação entre o mais íntimo do humano e mundo social). E se tudo isso parece não ter nexo com rock, esperem, que eu já chego lá.

Assim como Vinícius, iniciei minha vida no rock a partir do heavy metal. Eu e minhas amigas saímos para todos os shows que conseguíamos dinheiro para ir – na maior parte das vezes, o único dinheiro que precisávamos era o da passagem de ônibus, já que ou os shows eram de graça ou muito baratos. E nossa conexão, como grupo que compartilha experiências, das mais sublimes às mais conflituosas, foi criada a partir de um pilar essencial: não queríamos nos enquadrar, ser mais algumas no mundo. Não concordávamos com padronizações dos corpos, com o excessivo julgamento moral do exercício da sexualidade e, principalmente, queríamos nos destacar por nossas qualidades mais interessantes, e não por nossos “contatos” (e aqui, entendam desde as relações de quem indica no trabalho ou das ficadas ou trepadas que muitas meninas precisam passar para conseguir alguma coisa num mundo masculino).

Éramos, todas, filhas de famílias que vivem a opressão do feminino nas menores sutilezas (e, Júlia, eu também detesto estas sutilezas), passamos por decepções por fazermos parte deste mesmo mundo feminino e encontrávamos no rock a oportunidade de ser tudo aquilo que o mundo não nos apresentava possibilidade: ali, podíamos estar entre iguais. Até pouco tempo atrás, eu acreditei que o rock era a única forma de salvação de meninas da trágica vida de terem que se tornar frágeis, falar baixo, senão, calar a boca, não se expor, fingir que está tudo bem, e encarnar todos os estereótipos. Mas, como dizia acima, temos dificuldade de avaliar significados ao longo do tempo, em conjunto. Estagnada na minha boa visão de vida que o rock me proporcionou, só fui capaz de reelaborar minha perspectiva quando algo chamou minha atenção, e eu pude recortar o fluxo (Schutz ficaria orgulhoso!).

Ouvi um rumor de que meu sobrinho estava andando com os emos (tudo bem, é ruim, mas é rock) e estava se sentindo mal por um motivo: seus coleguinhas estavam criticando-o por não “pegar meninos”. E aí, caiu a ficha: o rock muda. Se quando meu sobrinho e meu irmão passaram a ouvir metal eu fiquei super feliz, quando ouvi essa história, ah!, meu apreço pelo rock foi [quase] por água abaixo. E como em toda cultura, ruptura de sentido gera experiência do absurdo e necessidade de renovação de significados. Passei a (re)pensar o que significa ser roqueiro para essa geração muito próxima à minha e cheguei à seguinte conclusão: talvez, somente algumas pessoas consigam usar o rock para a criação de uma existência menos cruel. Para outras, talvez, e só talvez, o rock seja só mais uma coleção de normas, fingidas de não regras, de como se comportar no mundo. Gosto de me enquadrar no primeiro grupo, acreditando que os significados são plásticos e que todos podem se encontrar em algum momento no rock como liberdade.

Mas, nem aí tenho certeza: talvez eu seja só uma vira-casaca.

terça-feira, setembro 09, 2008

o sublime,
passou.
é que dói uma dor que eu nunca mais queria sentir.



é uma dor que não me inspira mais, que não me encanta mais, que não me faz mais viva.
o desgosto de todo fim são os livros, cartas, músicas que, porque bons sentimentos materializados, permanecem nas estantes e prateleiras.



e, até passar a dor, odeia-se inclusive os melhores discos já existentes.





[ao som saudoso: etta james, 'i don't want to make you blue, i just want to make love to you']

segunda-feira, setembro 08, 2008

[you're a nobody girl]