segunda-feira, dezembro 31, 2007

alguns anos novos são bem-vindos. outros, nem tanto.
às vezes, a dor nem aparece de repente.





é pra não doer demais de uma vez, e não matar afogada.
é dessas coisas que a gente olha e pensa: não dá pra dar a volta por cima.

sexta-feira, novembro 16, 2007

A vida é tão esperta que dá coices na hora certa.










e eu, que me enganava e me enganei, e fui enganada e fingi que tudo era bom, não sei mais o que há de bom em mim.

terça-feira, novembro 06, 2007

algumas músicas, para não dizer pessoas e momentos, fazem tanta falta, mas tanta!, que me tira o ar.




outras, para não dizer pessoas ou momentos, deveriam fazer o favor de desaparecer.
eu sinto falta dos planos de ir pra praia com você, de pensar que já teríamos ido, voltado, e poderíamos estar planejando mais uma.


nunca tive a chance de viajar com você - a gente sequer foi ao clube juntas. parece uma adolescência fraca e banal. mas não foi.




um pedaço continua aqui, e não quer calar.



[amanhã, gostaria de ter um terço da sua força. só que eu não sei quanta força te restava. queria sonhar com você].
o mar silencia
[dentro de mim].




é só mais um sinal do início
da tempestade.

sexta-feira, novembro 02, 2007

chove


["posso ouvir o vento passar
assistir a onda bater
mas o estrago que faz
a vida é curta pra ver
eu pensei
que quando eu morrer
vou acordar para o tempo
e para o tempo parar

um século um mês três vidas e mais um passo pra trás
POR QUE será?

...


como pode alguém sonhar com o que é impossível saber
não te dizer o que penso já é pensar em dizer..."]
["pra nós, todo o amor do mundo!
pra eles, o outro lado...
eu digo mal-me-quer"]





4.
Hoje são completados 76 dias que você foi embora.


não se despediu e eu não vi seu rosto de tristeza ou alegria no fim.



a última cena da qual me lembro é olhar bem para suas mãos: afinal, nunca houveram mãos tão bonita!

você foi e eu não posso te visitar [já que você não está num cemitério, mas nas cartas e palavras que trocamos durante toda uma vida passada].






você está no meu peito, independente das flores.

quinta-feira, outubro 18, 2007

[quero que a chuva caia em tempestade
para que eu possa me deixar escorrer junto
com a água]
eu sinto o cheiro da lágrima.





deus chora minha agonia.
c'est une pauvre vie.









[pas belle aux yeux de le spectateur]
Hoje chove.
Pouco...
[a chuva se acanha - afinal, a época é de outra].






As nuvens se misturam entre azul, branco e preto: têm um tom cinza que chega dói nos dentes de tando ar de tristeza.


é um perfeito dia garden.state.

segunda-feira, setembro 24, 2007

clara averbuck acabou de ter um filme lançado baseado em seus livros. ó, tem gente que cresce e eu permaneço [quase] no mesmo lugar. lia o brazileira!preta há anos.
inclusive, hoje bateu saudade de blogs, e eu fui olhar alguns que eram da minha listinha há algum tempo. por acaso, alguns vivem!

terça-feira, agosto 28, 2007

na maior parte das vezes, as coisas ruins tendem a acontecer uma em seguida da outra, pra gente não ter tempo de se recuperar do tombo: se caiu, fique aí mesmo.

terça-feira, agosto 21, 2007

Você me disse que ainda tinha a esperança de ser feliz. E que queria que assim fosse também comigo.



Eu aprendi com você que a vida é muito mais do que chorar pelas minhas dores banais: é preciso ter peito o tempo inteiro e mostrar que consigo seguir em frente mesmo que chore com todos os calos no pe. Você me ensinou tanto, e nem sabe! Afinal, eu nunca te contei.







Me ensinou que eu posso reclamar, mas que, algumas vezes, eu é que tenho que escutar os outros. Me ensinou que o amor, longe ou perto, é maior que eu. Você e algumas pessoas importantes me mostraram que eu posso: você podia e é uma pena que não esteja aqui pra realizar, realizar e realizar. Suas fantasias viraram todas realidades até o dia que se descobriu mal. E foi forte. Muito forte. Sinto sua falta porque não há carta no mundo mais bonita que seus eu te amos tão sinceros ao me dizer que eu era a mais impotante. E é mentira: você sempre foi muito mais que eu - importância, amor, coragem, vida.



Garota, você me faz querer acreditar que Deus existe para que ouça meus pensamentos e mande um oi - durante um sonho ou uma voz por uma música qualquer. Pra que eu saiba que você não me esqueceu [e nem a ninguém mais]. E para te dizer que faz falta deitar no seu colo e olhar suas unhas.

segunda-feira, agosto 20, 2007

Para Tabita, uma das pessoas mais lindas que já existiram.

[a morte dói porque impede de dizer o quanto as pessoas são importantes. e mesmo que haja a possibilidade de você ouvir o que eu sinto e o que eu penso de outro lugar, eu não terei a resposta do seu sorriso, choro, desaprovação ou carinho. vai fazer falta ficar conversando a tarde toda.vai fazer falta não ter você mais pra lembrar das aventuras de oitava série. de quando a grnte comprou bebida ruim e fez suco de maçã pra misturar. de quando a única comida na sua casa era um arroz com cenoura e cebola que eu fiz. do primeiro porão do rock. da briga imbecil no segundo grau. dos bilhetes e cartinhas inúmeros que nos mandávamos. da sua vontade imensa de ser feliz. dói, porque eu sei que as memórias vão se esvair e ir sumindo no espaço-tempo.]

sexta-feira, julho 13, 2007

É estranho: é tão difícil deixar algumas pessoas para trás.



Outras, pelo contrário.

sábado, junho 23, 2007

é tão frio
que me dói as juntas.






e a cidade tem o céu limpo, lua que mingua, estrelas vivas. e o que sente é o frio do vento que estilhaça o corpo [com copo ou sem copo na mão].
catch me if I fall. [?] [!]
às vezes, queria lembrar o cheiro de algumas pessoas.

[aquelas que por causa da mágoa causada, fiz questão de esquecer do gosto ao sobrenome]

domingo, maio 27, 2007

open your eyes
[snow patrol]


All this feels strange and untrue
And I won't waste a minute without you
My bones ache, my skin feels cold
And I'm getting so tired and so old
The anger swells in my guts
And I won't feel these slices and cuts
I want so much to open your eyes
'Cause I need you to look into mine
Tell me that you'll open your eyes
Get up, get out, get away from these liars
'Cause they don't get your soul or your fire
Take my hand, knot your fingers through mine
And we'll walk from this dark room for the last time
Every minute from this minute now
We can do what we like anywhereI want so much to open your eyes
'Cause I need you to look into mine
Tell me that you'll open your eyes
All this feels strange and untrue
And I won't waste a minute without you
tenho 8 livros em pendência com a biblioteca. já renovei duas vezes e só me resta uma chance de renovação para lê-los. não abri nenhum. mentira, abri um único, o que tem figuras (na parte das figuras!).
a vida anda corrida e eu ainda vivo noutro ritmo. a vida corre e eu tento (sem muito sucesso) atrasar os ponteiros do relógio.

não há cerveja que possa ser apreciada, nem vinho tomado em pressa, ou comida que seja mexida, garfada após garfada. a vida me engole sem sentir o gosto e eu me agarro aos dentes na esperança de fazer as coisas irem mais lentas. a única coisa que acontece devagar são as letras saindo de meus dedos: escorregam de tal forma que vejo uma por mês.


[e as composições, os sonhos, as músicas, os gostos, as festas, os cds gravados, passam desapercebidos, se passam. não há tempo para ouvir os gritos de nina, a voz fraca da tabita - que já deve estar forte -, o gosto amargo do vinho tinto, a pimenta no macarrão ou o frio numa noite bem longa. só há minutos que correm. correm. correm. e eu lutando para permanecer no mesmo lugar]

segunda-feira, abril 16, 2007

The Dead - Billy Collins Animated Poetry

Bonito, bem bonito.

eu tenho tristezas que não sei gritar, falar, esgoelar, mostrar pro mundo. não sei dizer o que se passa dentro e não sei explicar o que acontece fora. posso dizer: eu tremo, sinto embrulho no estômago, tenho pontadas no peito e a garganta fecha. entretanto, não sei explicar (e nem compreender) tais coisas.


assim como tomo decisões que não consigo evitar, seja porque não consigo olhar para a dor encarnada, seja porque não consigo pensar em mim como dor, não tenho como externalizar essa angústia que me corrói em algumas noites da minha vida.

uma pessoa me diria que ao ler isso aqui ficaria preocupado, mas lembraria que tenho licença poética para escrever o que quiser - já que é um blog e eu não sou uma pessoa pública. o que eu digo é que dor eu sinto o tempo inteiro, não é necessária preocupação. o que me dá agonia na angústia é que eu pouco sei dizer sobre o que é. deve ser algum tipo de náusea que eu deixei aos pedaços nos livros e nunca consegui juntá-los nas minhas cordas vocais para dar-lhes voz!




[nous pouvons danser ensemble. nous pouvons faire quelques choses. pouvons nous?]

quarta-feira, março 14, 2007

billie holiday - twenty four hours a day
eu sinto o cheiro
da morte.





...
e não é qualquer cheiro
de cadáver.
ou enfermo putrefado.
...
eu sinto o cheiro da angústia
de quem morre
e deixa para trás
tudo o que conseguiu tocar.

[eu sinto o cheiro, a dor, a agonia
de quem morre
e ainda assim consegue olhar]

segunda-feira, março 12, 2007

acordo e a rádio-cabeça não pára.


["desilusão. desilusão. danço eu, dança você, na dança da solidão!"]
a vida anda séria demais pra poesia.



[e isso me corrói.]

sábado, janeiro 13, 2007

a imagem não é tão cruel quanto a audição mostra: continua bonita e com o jeito engraçadinho de ser. mas, a voz entrega. a fraqueza nos tons em que fala não esconde a falta de cabelo e as marcas roxas de tantas agulhas que perfuram seu corpo. dói em mim por não saber a dor que você sente.





espero que fique melhor. perder a vida em tão pouco tempo me parece um destino sórdido, em que a morte controla o que não deveria. dia sete de fevereiro é seu anviersário e você fará 22 anos. que tudo dê certo, estará em casa para comemorar, como no ano passado.

quinta-feira, janeiro 11, 2007

o erro
é
palavra
dura,
ecoando pelas paredes
da sala.



[é teu rosto ferido, a dor cravada na memória.]
De volta, nada aqui me parece igual.





Quando eu saí, a vida tinha outro cheiro. Às vezes, acre, às vezes, doce. Neste momento, cheira à saudade - minha pele ainda tem gosto de mar.