segunda-feira, julho 31, 2006

não diz nada, que eu não quero ouvir. que [in]significa. não diz nada, fique aí. que a dor passou, a dor sempre passa. mas a cicatriz sempre pode ser reaberta.


não traga esses seus curativos mínimos. não me diz nada, fique aí.


que a dor passou. passou. passou. mas volta, porque a volta é sempre inevitável.

domingo, julho 30, 2006

["paz, eu quero paz. já me cansei de ser a última a saber de ti. se todo mundo sabe o que te faz chegar mais tarde. eu já cansei de imaginar você com ela, diz pra mim, se vale a pena, amor! a gente ria tanto desses nossos desencontros, mas você passou do ponto, agora eu já não sei mais. paz, eu quero paz. quero dançar com outro par pra variar, amor. não dá mais pra fingir que ainda não vi as cicatrizes que ela fez, se dessa vez ela é senhora desse amor. pois, vá embora, por favor. que não demora pra essa dor sangrar."]

segunda-feira, julho 17, 2006

"Aqui me tenho, como quis.
E aqui é pouco."
[acordei com a aspereza nos olhos e a agonia entalada no peito: não há mais o que gritar e, mesmo assim, não há espaço que esvazie. acordei massacrada pela falta de escolhas. não há possibilidade de ação.

se existe algo que não some é a falta]
[pois, meu bem, não preciso que me desejem boa sorte, ou que falem amor deepois palavras bruscas, e em seguida, pedidos pqra que eu evite os infortúnios. não preciso que me desejem boa sorte, tampouco preciso de lembranças tristes.


tudo isso se cura, tudo isso se cura. porém, não venha me dizer que deseja tudo de bom.]

sábado, julho 15, 2006

Incongruência, meu bem, é a palavra.
["eu pensei que quando eu morrer vou acordar para o tempo e para o tempo parar. um século, um mês, três vidas e mais um passo pra trás. por que será?"]




não transbordar de seus limites é culminar em engasgar com as próprias mágoas. extravasar, ir além das fronteiras, gritar. isso é paixão. forçar formas e cores. forçar barreiras e constrastes. ir. ir. ir. e voltar, se assim for o jeito de dizer. transbordar, e transbordar sempre, é condição para viver.

segunda-feira, julho 10, 2006

["hoje só há eu
o cinza
e
o rubro do seu sangue
aqui."]



yö - não sabia as horas
pla.tô.ni.co: (2) alheio a interesses ou gozo material; ideal; casto.


plau.sí.vel: (1) digno de aplauso.






[para mim, o amor há de sempre ser assim]
Aperto no peito.

quarta-feira, julho 05, 2006

O frio cortava a pele e fazia tremer os ossos de Izolita. Os olhos compenetrados na água da chuva, que formava uma poça ammaronzada aos seus pés, procuravam luz, ou mesmo calor, para alegrar aquele dia cinza.

- espero, espero, espero. olho para os lados: a água de meus olhos alaga a cidade... e choro, choro. choro.




[quisera eu poder achar mãos fortes, capazes de dar impulso ao balanço do peito.]

domingo, julho 02, 2006

Do Simmel, para completar:

"Na medida em que um ser é fechado em si mesmo, ele possui um espaço inacessível por todos: o ser-por-si-mesmo com o qual se reserva contra todos os outros."
Para compartilhar com ela a admiração pelo Schutz.

"A personalidade do outro não é mais acecssível como uma unidade, foi despedaçada. Não existe mais a experiência total da pessoa querida, seus gestos, seu modo de andar e de falar, de ouvir e de fazer as coisas; o que resta são as lembranças, uma fotografia, algumas linhas escritas."
Camisa de Força, em tradução livre:

Dr. Lorenson: Se acalme, Sr. Starks.

Jack Starks: Fique calmo, vê, fique calmo! Sempre ordenando a nós "fique calmo, seja calmo". Seja calmo! Seja calmo! Eles ordenam *você* ordenar a *mim*: fique calmo! Que porra significa ficar calmo? Olhe para este lugar! Então, acordem! Tá? Ordens vêm sempre de cima! Não deixe que eles fiquem dando ordem por aí, Mackenzie! Vida longa à Organização para os Organizados! Longa vida à Organização para os Organizados!