sexta-feira, abril 23, 2004
domingo, abril 18, 2004
é aquela pequena mosca que me fala que eu nunca fui a preferida. aquela que me mostra o tempo todo o esquecimento, a lápide do você ficou para trás, você é tão igual. tão fútil. tão sem importância. é o pequeno sopro do eu-sei-que-nunca-fui. e a dor de querer ter sido. de querer ser. lembrada, ao menos. alguém ligar. eu ligar. é a pequena mosca que me lembra sempre que me mostra o nunca ser especial. embora eu já saiba disto.
terça-feira, abril 13, 2004
domingo, abril 11, 2004
dores para as dores
Mesmo que eu dissesse adeus para o mundo inteiro, seria como novela, e todos os olhos saberiam que eu nunca conseguiria sumir. Seria um final predito, algo que se assiste só pelo vício de assistir. Mesmo que eu inventasse mil estórias, e fizesse com que as pessoas participassem delas, é um fato que logo desistiriam de mim, e eu desistiria de mim e de inventar. E se eu desse adeus e corresse para pegar o primeiro trem para o fim do mundo, ficaria decepcionada comigo mesma por não conseguir terminar com nada. E ser terminada, excluída, deterioada por tudo. Minhas mãos começam a ter cor de ferrugem, mas ninguém olha, e eu não olho. Eu cubro os espelhos com panos para não me ver envelhecer. Estou tão podre e velha quanto o retrato de Dorian Gray, mas não tenho forças para rasgar minha própria face. Se eu conseguisse dizer adeus, ah!, se eu pudesse, estaria há quilômetros de mim mesma, e minhas pernas seriam tão fortes, tão fortes, que caminharia por anos e nunca descansaria.
Mesmo que eu dissesse adeus ao mundo inteiro, não poderia me livrar das amarras invisíveis que me seguram a mim mesma. Como Werther, vejo as limitações, mas a morte não é suficiente para me livrar delas.
Mesmo que eu dissesse adeus para o mundo inteiro, seria como novela, e todos os olhos saberiam que eu nunca conseguiria sumir. Seria um final predito, algo que se assiste só pelo vício de assistir. Mesmo que eu inventasse mil estórias, e fizesse com que as pessoas participassem delas, é um fato que logo desistiriam de mim, e eu desistiria de mim e de inventar. E se eu desse adeus e corresse para pegar o primeiro trem para o fim do mundo, ficaria decepcionada comigo mesma por não conseguir terminar com nada. E ser terminada, excluída, deterioada por tudo. Minhas mãos começam a ter cor de ferrugem, mas ninguém olha, e eu não olho. Eu cubro os espelhos com panos para não me ver envelhecer. Estou tão podre e velha quanto o retrato de Dorian Gray, mas não tenho forças para rasgar minha própria face. Se eu conseguisse dizer adeus, ah!, se eu pudesse, estaria há quilômetros de mim mesma, e minhas pernas seriam tão fortes, tão fortes, que caminharia por anos e nunca descansaria.
Mesmo que eu dissesse adeus ao mundo inteiro, não poderia me livrar das amarras invisíveis que me seguram a mim mesma. Como Werther, vejo as limitações, mas a morte não é suficiente para me livrar delas.
segunda-feira, abril 05, 2004
domingo, abril 04, 2004
Por um instante-luz perdi-me em meio a bruma. Tentei gritar, para que toda a dor não me sufocasse, mas foi inútil o esforço de buscar por um ar que há muito é rarefeito. Só aí passei a acreditar que o mundo já não tem identidade, e que é a ilusão que controla o que pensamos. E a moral, ah! a moral, essa é a que corrompe as vidas puras... tornando-as vazias ao dá-las sentidos putrefados.