Essa minha mania de remexer passados...
Eu queria, agora, só alguém que entendesse minha certeza em falhar. E que não me dissesse que eu sou capaz de fazer diferente.
Eu queria que alguém ouvisse minha dor e não quisesse dividí-la.
Pois, dor não é algo que se divida.
terça-feira, novembro 29, 2005
sábado, novembro 26, 2005
sexta-feira, novembro 25, 2005
terça-feira, novembro 15, 2005
domingo, novembro 13, 2005
sábado, novembro 12, 2005
sexta-feira, novembro 11, 2005
quinta-feira, novembro 10, 2005
sábado, novembro 05, 2005
De repente, me dei conta do porquê de tanta dor: os azuleijos do banheiro que não combinam com os do chão. Nada disso queria que permanecesse familiar. Tudo o que é igual, permanente, parecido, conhecido. Nada disso eu quero. Eu tenho tudo o que grande parte das pessoas queria ter. Só que nada disso me serve. Nada me cai como luva e nada preenche meu peito. Eu grito e o eco retorna sempre com uma palavra a menos. É isso! Nada acalenta. Sempre que vai, volta mais fraco. Sempre que me olho, vejo faltando um pedaço. Como se a imagem no espelho fosse se apagando aos poucos, e aos poucos, e aos poucos. O porquê? Não matarás, nas aulas, Decálogo 8 no cinema, A liberdade é azul e a cena da piscina. É uma constate de cenas que machucam os olhos com as lágrimas que me fazem querer morrer. Ainda, a vida de todos esses é fictícia. A minha: solidão. A dor existe porque olho o refil de xampu anti-caspas esquecido no meu banheiro e não faz sentido. Olho as minhas fotos, e em nenhuma pareço existir. Eu sou o reflexo de algo que não lembro o que foi. Não lembro das horas que se passaram, dos diálogos travados, das conversas inteligentes. Eu sou vista como alguém que não sou e não há música que me faça ser menos melancólica. Eu entro na vida das pessoas para ensiná-las a amar, disse-me Cecília, uma vez. Elas entram na minha vida para me fazerem compreender ainda mais o sentir-se só. Eu entro na vida das pessoas para olhar para a vida com menos rancor. Saio delas com punhaladas nas costas. Não adianta: tudo isso me entedia. E é essa a dor. A solidão, o tédio, o escrever mal, o não conseguir corresponder sentimentos, não saber o que quero fazer da minha vida, não ter um apoio que segure minhas lágrimas. O pior: não querer apoio algum para minhas lágrimas. Não quero beijos no ombro, nem piadas infames. Meu humor decaiu com a força de um temporal. De qualidade e capacidade de rir de mim mesma, acredito em Leland: há sempre a tristeza por trás das coisas e nos negamos a ver.
Há sempre uma lágrima entalada na minha garganta: todos se recusam a me olhar.
Há sempre uma lágrima entalada na minha garganta: todos se recusam a me olhar.