domingo, fevereiro 19, 2006

Sabe, querido,
quando meu dia pára e eu fico quieta, às vezes, eu tomo meu banho sem pressa, para o tempo não passar e eu poder olhar e olhar e olhar par ao céu sem nuvens dessa cidade.
E, quando o meu dia pára e eu posso me esquecer do mundo, tudo que eu escuto é uma música bonita no fundo - mas eu sei, ah! eu sei, que a música não existe. I hate to say it, but i love you so... E ressoa, ressoa, ressoa. E eu cantarolo junto, porque não há frase que seja mais verdadeira essa.
Acontece, meu bem, que quando o meu dia pára e todas as flores se abrem para mim, a única coisa que vem à cabeça é essa música inventada e a memória incrível da beirada do lago. Pois, eu olhava para frente no dia de chuva e você me dizia "são estes os olhos mais lindos". Eu sorria e o lago parecia menos sujo e o dia menos cruel quando estava perto.

É aí que eu penso que nunca me dei ao trabalho de deixar de gostar, embora nunca tenha me dado o trabalho de falar.



Quaisquer coisas parecidas são pura e nada mais que meras coincidências.

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