quinta-feira, novembro 30, 2006

relembro.os.livros.os.filmes.os.discos-os.amigos.quase.elis.




[Friday, April 29, 2005
Kundera II
Karenin tinha câncer, e já não tinha forças para brincar com croissants. Karenin tinha câncer de mama. Ou era na perna? Acho que na perna. Não importa. Ela não ia mais passear, nem jogar, nem rir. Tereza, sua companhia, chorava por ela. Karenin representava o fim. O definhar. Karenin significava a dor - e o se entregar. Tereza representava a dor.
Karenin tinha câncer em algum lugar, e já não conseguia andar. Pariu dois croissants e uma abelha. Karenin morreu velha, mas nunca abandonada. Karenin morreu e eu chorei, e Tereza chorou e Tomas chorou. Karenin morreu e a enterraram no jardim. Mas não lembro-me se tinha flores. No meu jardim, definham-se as flores. Para consolarem a minha dor, entregaram-se. Como Karenin, morrem. As flores, Tereza e eu.]
[os dias que eu me vejo só são os dias que eu me encontro mais

e mesmo assim, sei que existe alguém pra me libertar]




los.hermanos.condicional

sábado, novembro 25, 2006

[ben.harper.opression]

oppression, you seek population control
oppression, to divide and to conquer is your goal
oppression, I swear that hatred is your home
oppression, you just wont leave bad enough alone
oppression, I wont let you near me
wooh no Oppression, you shall learn to fear me
yes you will.

sexta-feira, novembro 24, 2006

eu acho muitas coisas engraçadas [pra não dizer surreais, hipócritas ou sem sentido].

mas, a mais engraçada de todas é esse comunismo de propriedade: "eu sou comunista, eu estudo os guerrilheiros, eu quero um país com menos desigualdade." porém, "a mesa é minha, o comptuadfor é meu, eu quero um salário de 8 mil reais, a vida só melhorou pra gente ou muito pobre ou muito rica, meu bolso continua o mesmo, os índios que se virem e se isolem - afinal, quem mandou serem índios, o computador é meu, a vida é minha, a casa é minha - mesmo que a dona seja outra pessoa de fato..." esse comunismo de propriedade privada é interessante: o mundo importa, o cotidiano que seja da propriedade privada.

segunda-feira, novembro 13, 2006

a gente nota que precisa de novos carinhos quando os velhos já não são tão carinhosos assim.

sábado, novembro 11, 2006

às seis e meia da manhã o sol está alto e amarelo. entretanto, o frio persiste.

sexta-feira, novembro 10, 2006

["i don't wanna go
and i don't wanna stay
so there's nothing left to say."]



keane.nothing.in.my.way
ouvi o trovão e me escondi embaixo da cama. os medos são livres demais pra eu me controlar.
Joaquim, o padeiro
lava as mãos brancas
de farinha,
com pressa:
a menina grita
em frente
e um mar vermelho
se forma.

Joaquim, o padeiro
se espanta:
de onde sai tanta
dor dessa menina pequenina
que é Joana?
Joana, chorona
tropeça
nas frestas
da calçada:
a árvore tem raízes
revoltas.


Joana, chorona
tropeça.
E é no tropeço
que encontra
outra vida:
o joelho de Joana sangra.

quinta-feira, novembro 09, 2006

queria cortar meu cabelo.
"vem logo vem curar
teu nego que chegou
de porre
lá da boemia"