quinta-feira, novembro 30, 2006

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[Friday, April 29, 2005
Kundera II
Karenin tinha câncer, e já não tinha forças para brincar com croissants. Karenin tinha câncer de mama. Ou era na perna? Acho que na perna. Não importa. Ela não ia mais passear, nem jogar, nem rir. Tereza, sua companhia, chorava por ela. Karenin representava o fim. O definhar. Karenin significava a dor - e o se entregar. Tereza representava a dor.
Karenin tinha câncer em algum lugar, e já não conseguia andar. Pariu dois croissants e uma abelha. Karenin morreu velha, mas nunca abandonada. Karenin morreu e eu chorei, e Tereza chorou e Tomas chorou. Karenin morreu e a enterraram no jardim. Mas não lembro-me se tinha flores. No meu jardim, definham-se as flores. Para consolarem a minha dor, entregaram-se. Como Karenin, morrem. As flores, Tereza e eu.]

2 comentários:

Anônimo disse...

como morrem as aves que as crianças enterram, e como morro eu.

Anônimo disse...

Izis??? irmã do Raoni??? é vc mesma?? se for me dá um toque, eu perdi seu contato... me escreve... scasseb@gmail.com

Beijos
Sevla