quinta-feira, janeiro 24, 2002

Eu, em minha agonia constante por tanto escutar frases medonhas e gritos repetidos e repetitivos... Gritos agudos gritos falados Gritos intensos, Gritos chorados.
Eu, em minha eterna busca pela verdade que sei que não existe, me iludo com a utopia histórica-mitológica de seres imaginários que podem curar feridas.
Eu, imundo complexo de setimentos, me coloco num patamar superior de raciocínio, mas sei que sou só musgo. Lodo que se defende fechado em convicções imbecis e dogmáticas de um mundo que vai acolher todos que não são como eu.
Eu, ser inútil, só se magoa e só magoa, e as mágoas dos seres andantes que fazem parte de mim e de minha solidão estão florescendo. Florescendo e morrendo a cada segundo que a dor de ainda respirar se torna mais insuportável.
Então, eu, essa pessoa tão egocêntrica, que só fala Eu Eu Eu em todas as frases que formulo, passo a ser complemento de mim mesma, fugindo das estipulações que devo seguir, mas sem agir contra estes estereótipos que eu mesma crio. Crio e reproduzo. Crio e revivo.
Revivo estereótipos, preconceitos, inutilidade e nunca mais que isso. Nunca mais que a vida cruel que fui ensinada a viver. Nada mais que o ser humano puro e cru e nojento como todos os outros que pertecem à raça.

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