Ela saiu de fininho do banheiro ensanquentado e molhado com suas lágrimas que não acabavam nunca, de toalha presa no corpo foi andando na ponta dos pés para o quarto... assim ninguém ouviria seus pés tortos e tristes pisarem no chão.
Abriu a porta devagar, com dois passos entrou no quarto, fechou a porta em silêncio atrás de si e sentou na cama, depois de forrá-la com a toalha já suja com sangue nojento da menstruação que nunca pára.
Pensava todo mês nesta grande merda que era ser mulher, cheia de problemas e mente torta, sem anda pra dizer, sem nada pra pensar. Só sentir aquela dor insuportável, aquela tristeza e culpa infundada (ou não). Não queria levantar, nem colocar uma roupa, só calar a boca e as lágrimas que ainda feriam seu rosto e o resto de seu corpo cheio de dores, arderes.
Explodiu de medo, deitou sem pensar, passou horas rolando nua sobre a cama, sujando-a... e daí? Amanhã já não estaria mais ali.
O sangue iria escorrer, escorrer... e os pulsos iam se cortar, e o ventre se partir, e a dor acabar, e a culpa por tudo que fez também.
Que culpa? Sei lá.
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