sexta-feira, maio 10, 2002

A garganta estranha o gosto amargo de outra boca.
A garganta se fecha e se fere a cada gota de saliva que cai nela e vai se arrastando, rasgando. Mas só a garganta se fere, já que não há outra coisa pra ferir. Nem medo, nem coração, nem nada mais pode se acabar, já que não existem lágrimas, mãos que fazem algo, vida que existe com propósito.
A garganta estranha o beijo alheio, mas e daí? Que beijo tem sabor?

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