quarta-feira, maio 15, 2002

Sentei ali fora, no chão mesmo, não ia levar a cadeira pra lá, pra esperar alguém que nunca veio.
Bem, sentei lá fora, sentindo o vento em mim, quebrando a alma de tão frio, se é que existe alma, e se é que elas se quebrar, mas sentei, olhei pra todos os lados, esperei, esperei, esperei, até cansar de ficar lá parada, mexendo a cabeça de um lado pro outro, procurando em cada farol o cheiro de alguém.
Depois de um tempo, me dei conta de que os faróis não emanam cheiros, e mesmo que soltassem, ele não viria. Não viria, simplesmente.
Não foi decepcionante, talvez só um pouco. Ou muito?! Nem fiquei triste. Só queria o cheiro.
A luz poderia ser mais que a luz fraca que me iluminava de tempo em tempo, enquanto os carros passavam devagar em busca de suas casas. Mas elas não ficavam muito tempo, e nem traziam nada. Oras... de que vale a luz se não vem o cheiro?
O cheiro dele... tão amargo, tão sincero.
Se não vem
Não tem graça.

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