domingo, dezembro 01, 2002

Ponho minhas mãos pra fora
Cai o orvalho triste nelas
Cai a dor do corte em mim.
Cada pétala que vejo
Uma gota que levo
Dentro das veias feridas
Dos dedos maltratados.
Ponho minhas mãos fora da pena da escrita
Calam as bocas que vivem em minha mente
Sinto a faca afiada,
Corta o caule da rosa,
Mancha a camisa branca.
Tinto vinho promissor fresco
Seguro no céu da boca o gosto de fel
Amarra em meus seios o paladar da boa ventura
Chora comigo
A perda dos membros
A perda de mim.

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