sábado, novembro 22, 2003

Ultimamente eu só escrevo desabafos sórdidos e mal feitos de uma vida desumana, desgraçada.
Se meus poemas algum dia já foram belos, fortes, quentes... agora são a demonstração de que eu sou um grande vazio preenchido de ilusões mil.
Não há palavras para a imperfeição mais ilógica, para a solidão mais completa, pro desgosto mais inóspito, pro escarro de mim para mim.
Não há palavras bonitas ou feias, pra sentimentos e agonias que se misturam dentro de mim... e a cada minuto, parece que meu cérebro irá explodir, porque eu não consigo pensar, não consigo ver, não consigo falar, não sei consolar, nem acreditar que eu, algum dia, já fui algo mais que hoje.
Porque a velhice está mais próxima do que eu imagino, e eu entro em choque todas as vezes que compreendo que essa vida é essa merda mesmo, essa completa efemeridade, formada de coisas sem sentido, a vida é sem sentido! Por que diabos não me contaram isso antes?! Mais fácil do que descobrir sozinha que os desabafos não adiantam pra nada se ninguém vê, ninguém lê, ninguém entende!
Se ninguém entende a minha tristeza, meu amor, minha dor, pra que me proponho a ficar jogando um monte de besteiras e lágrimas para todos os que chegam perto de mim? Se me aproximo mais do que dois dedos, sei que não vou conseguir fugir de me entregar em confianças. Mas ninguém merece! Eu não mereço confiança!
Eu sou a mais desleal. Pelo menos não jogo sujo.
Mas quem disse que pra humilhar só precisamos de golpes baixos? Falar a verdade dói muito mais em todos!

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