segunda-feira, julho 25, 2005

Janaína, enquanto dedicava trovas, sonetos e sambas-canção, descobriu que o condenado não tinha coração. E mais: soube que a memória é seletiva. E cruel. Janaína, por muito tempo, permaneceu acabando na mesma cama que o garoto da rodoviuária, só para dizer seu amor com todo o pulmão. Depois notou que já não havia amor. Nem trovas. Os poemas, então, ficaram esquecidos em pedaços de papel guardados em uma lata de metal.
Depois disso, Janaína viu que essa vida é feita de pura ironia. E por alguns dias, se esgotou em poesia.

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