Pegou o copo de requeijão recém lavado. Encheu do vinho de péssima qualidade que estava dento da geladeira. Em goles bruscos e toscos foi bebendo, bebendo, bebendo, até que a boca pareceu furada, e um dos goles foi pela culatra.
Manchou o tapete recém ganhado da mamãe que achava o apartamento da filhinha horrível.
Olhou pra baixo, viu a sujeira, pegou a escova, passou um minuto tentando amenizar a cor horrível do vinho horrível. Viu que não tinha conserto, deixou quietinho no lugar.
Pegou o copo recém sujo de vinho, encheu até a borda, se esbaldou na tristeza de não ter nada melhor. Nem dia, nem noite, nem vinho, nem copo.
Só a amargura de mais um dia esquisito
Só o dia que passa como nada.
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