Nuestra vida es una lucha perpetua, pero no podemos darnos por vencidos.
Eu, para a Kira. Ela traduziu.
sábado, janeiro 31, 2004
sexta-feira, janeiro 30, 2004
Escolhi suas músicas como quem escolhe palavras para poesias ou a quantidade de pó para o café da tarde. Depois sentei na cama, e pensei que esqueci de comprar pilhas para gravar minha carta-falada. Então, fui escutar música por música das que quero gravar e fiquei cantando com minha voz rouca e desafinada, e chorei com medo de não gostar. São coisas minhas, pensei, talvez não possam ser de outros. Não me lembro bem do que fiquei matutando ontem à noite, mas tinha algo com não perguntar se posso mandar essa ou aquela música, na esperança de ser High Fidelity e não parecer a Felicity mandando cartas para a amiga logo que muda para Nova Iorque. Hoje eu penso no que poderia estar fazendo com toda a minha bebedeira se deitasse e pudesse aproveitar a noite não chuvosa para ver a lua que há tanto não me visita.
Escolhi suas músicas como se estivesse escrevendo poesias, mas não sei se tenho coragem de gravar!
Escolhi suas músicas como se estivesse escrevendo poesias, mas não sei se tenho coragem de gravar!
Solidão
E quem és tu para dizer-me o que sentir, ser ou fazer?
Se quando olho para todos os lados e só vejo lanças afiadas que mandaste colocar pra que eu, algum dia, pudesse perfurar minha própria pele e, pelos poros, soltar sangue como faço quando sofro de solidão!
Quem sou eu para dizer o que sou
Se quando me pego em flagrante vejo
Uma porção de erros e descasos
E fracassos
E coloco milhares de vidros quebrados
Em muros fechados
Para que eu mesma possa me cortar!?
E quem és tu para dizer-me o que sentir, ser ou fazer?
Se quando olho para todos os lados e só vejo lanças afiadas que mandaste colocar pra que eu, algum dia, pudesse perfurar minha própria pele e, pelos poros, soltar sangue como faço quando sofro de solidão!
Quem sou eu para dizer o que sou
Se quando me pego em flagrante vejo
Uma porção de erros e descasos
E fracassos
E coloco milhares de vidros quebrados
Em muros fechados
Para que eu mesma possa me cortar!?
quinta-feira, janeiro 29, 2004
Pois quando eu olho a lua
E sua luz não mais reflete
- e dizem que nunca a lua teve luz -
Choro!
E quando sei, com toda a certeza do mundo
Que a lua nunca mais voltará a ser a mesma
De antes,
como eu
- e dizem que nunca seremos o que já fomos -
Me canso.
Então, quando percebo já está de manhã
E perdi a hora de me deitar.
E sua luz não mais reflete
- e dizem que nunca a lua teve luz -
Choro!
E quando sei, com toda a certeza do mundo
Que a lua nunca mais voltará a ser a mesma
De antes,
como eu
- e dizem que nunca seremos o que já fomos -
Me canso.
Então, quando percebo já está de manhã
E perdi a hora de me deitar.
quarta-feira, janeiro 28, 2004
Algum dia, vou viajar e conhecer pessoas que respiram o ar de outras maresias. Aí procurarei livros em outros sebos, elepês em outrasd lojas de discos velhos. Vou ouvir mais jazz do que brit pop, e beberei vodca com água tônica, e não mais tequila. Serei uma pessoa diferente, cheia de novas cores. Deixarei o preto-branco-cinza.
sábado, janeiro 24, 2004
quero chorar, meu bem, como nunca chorei de desânimo de um amor. quero chorar de medo, como criança que tem medo do escuro, tenho medo de perder. sempre fui péssima perdedora. por isso, quase nunca entro em jogos nos quais sei que é muito fácil para me machucar. quero chorar de dor de, a cada minuto, sentir a distância que se põe entre dois olhares. quero chorar porque já não te reconheço em mim, e meu reflexo só mostra saudade... eu não tenho mais cara!... só tenho saudade. e se todas as saudades que eu sinto são de você, o que farei? quero chorar, porque estou me transformando em um monstro comedor de meus próprios sonhos, destruidor de possibilidades, destruidor de chances de continuar. quero chorar, pois me falta o chão, e a qualquer instante, posso cair. eu tenho medo de cair. quero chorar, meu bem, por não saber quais são meus erros agora, por não saber o que te afasta: sou eu ou é você mesmo? é você ou sou eu mesma? Ai, como dói no peito, uma farpa que tem poder de estilhaçar passados que gostaria que fossem presentes que se transformassem em futuros. mas, eu sou izis, uma falta de futuro. não é assim que eu acho? que nunca existirá futuro? como eu queria chorar...
E eu entendo, hoje,
Que toda a história já se foi.
Porque todas as crianças já morreram
e então, todos os sonhos se desfizeram
Por entre meus dedos acorrentados em lágrimas.
E hoje eu entendo
Que tudo o que eu sei
Uma fraca linha de fio de seda
Se desfaz com uma palavra mal-dita.
Porque, se eu digo que amo você
Mas não quero mais te ver
É pura mentira de coração doído.
Quando digo que amo você
Eu sei, babe
É porque quero dormir em seus braços
Sem ter pressa de acordar.
Que toda a história já se foi.
Porque todas as crianças já morreram
e então, todos os sonhos se desfizeram
Por entre meus dedos acorrentados em lágrimas.
E hoje eu entendo
Que tudo o que eu sei
Uma fraca linha de fio de seda
Se desfaz com uma palavra mal-dita.
Porque, se eu digo que amo você
Mas não quero mais te ver
É pura mentira de coração doído.
Quando digo que amo você
Eu sei, babe
É porque quero dormir em seus braços
Sem ter pressa de acordar.
Querido,
colocarei as cartas no correio amanhã. Chegarão todas juntas.
Hoje resolvi contar as coisas felizes. Mas o céu está nublado e não pude sair de casa. Então me encolhi embaixo do mesmo edredon e chorei. Chorei de raiva de não poder ver o dia passar. Porque quando existe tédio o tempo pára! Liguei para uma amiga para nos fazermos companhia, mas o telefone não foi atendido. Aceitei o convite do Márcio para dividirmos nossos momentos inóspitos com chá e vodka... só que ele mora longe, assim como você, querido. Se eu tenho uma sina, com certeza é o azar para a distância. Qualquer psicólogo diria que estou fadada a morrer de amores pelo que está longe. Pois, nunca morrerei de amores por mim... e isto entristece, não é?
Quem me dera você estivesse aqui. A cidade toda cheira a chá. Até eu ganhei uma caixa de chá de flores brancas. Engraçado, o chá é de flores brancas, mas a cor dele é vermelha. Cor vermelha, como rosas. Sei que você iria adorar esse cheiro de chuva que se mistura ao cheiro de chá que infesta todas as ruas. Daqui a pouco, tenho certeza, só restará o cheiro da chuva, e os dias voltarão a ser deprimentes.
E, meu amor, irá dentro da caixa de cartas um pequeno envelope. Lá está um pedaço de meu coração que se partiu junto com sua ida. Retorne com ele, se voltar.
colocarei as cartas no correio amanhã. Chegarão todas juntas.
Hoje resolvi contar as coisas felizes. Mas o céu está nublado e não pude sair de casa. Então me encolhi embaixo do mesmo edredon e chorei. Chorei de raiva de não poder ver o dia passar. Porque quando existe tédio o tempo pára! Liguei para uma amiga para nos fazermos companhia, mas o telefone não foi atendido. Aceitei o convite do Márcio para dividirmos nossos momentos inóspitos com chá e vodka... só que ele mora longe, assim como você, querido. Se eu tenho uma sina, com certeza é o azar para a distância. Qualquer psicólogo diria que estou fadada a morrer de amores pelo que está longe. Pois, nunca morrerei de amores por mim... e isto entristece, não é?
Quem me dera você estivesse aqui. A cidade toda cheira a chá. Até eu ganhei uma caixa de chá de flores brancas. Engraçado, o chá é de flores brancas, mas a cor dele é vermelha. Cor vermelha, como rosas. Sei que você iria adorar esse cheiro de chuva que se mistura ao cheiro de chá que infesta todas as ruas. Daqui a pouco, tenho certeza, só restará o cheiro da chuva, e os dias voltarão a ser deprimentes.
E, meu amor, irá dentro da caixa de cartas um pequeno envelope. Lá está um pedaço de meu coração que se partiu junto com sua ida. Retorne com ele, se voltar.
sexta-feira, janeiro 23, 2004
da série releituras
Sexta, 18 de julho 2003
Porque, se algum dia houvesse o que dizer
Calaria, mórbida por entre meus sonhos
Para com essa vida.
Porque, se eu leio em alguma dia
Um poema frágil
E olho minha cartas de amor
E são quase como
Palavras caladas
Descartadas em um bocado de papéis velhos
Cheios de poeira
Como nós
Eus
Sem conjugações.
E se meus por-quês-sei-lás
Se dizem para mim assim
Vozes sádicas de crianças perfuradas de libido
E eu me escondo de mim sem querer ouvir
Porque, se me olho no espelho e não vejo reflexo
É quando gosto de você e já não te seguro em mim.
E quando penso no passado e percebo, de repente,
Que o futuro não pode ser pra sempre... o mesmo
E caio em mim
E me perco em brumas de solidões mil
Realizo meus desejos mais sórdidos.
Finjo que não amo
E não quero mais nos ver.
Sexta, 18 de julho 2003
Porque, se algum dia houvesse o que dizer
Calaria, mórbida por entre meus sonhos
Para com essa vida.
Porque, se eu leio em alguma dia
Um poema frágil
E olho minha cartas de amor
E são quase como
Palavras caladas
Descartadas em um bocado de papéis velhos
Cheios de poeira
Como nós
Eus
Sem conjugações.
E se meus por-quês-sei-lás
Se dizem para mim assim
Vozes sádicas de crianças perfuradas de libido
E eu me escondo de mim sem querer ouvir
Porque, se me olho no espelho e não vejo reflexo
É quando gosto de você e já não te seguro em mim.
E quando penso no passado e percebo, de repente,
Que o futuro não pode ser pra sempre... o mesmo
E caio em mim
E me perco em brumas de solidões mil
Realizo meus desejos mais sórdidos.
Finjo que não amo
E não quero mais nos ver.
Quinta-feira, Setembro 04, 2003
'Cause I still love you, babe
But I don't care anymore
If tomorrow will came as yesterday was.
'Cause, I don't know if I want you now.
'Cause I just want me.
reescritos
Eu ainda amo,
E não me importo!
Se amanhã será como hoje,
e como ontem...
o que há de ser feito?
E não tenho certeza se te quero aqui
Pois eu só quero a mim.
'Cause I still love you, babe
But I don't care anymore
If tomorrow will came as yesterday was.
'Cause, I don't know if I want you now.
'Cause I just want me.
reescritos
Eu ainda amo,
E não me importo!
Se amanhã será como hoje,
e como ontem...
o que há de ser feito?
E não tenho certeza se te quero aqui
Pois eu só quero a mim.
Querido,
por mais que eu tente esconder, a dor já é imensa. Eu sei que você não gosta que eu diga para todo mundo o que eu sinto, e sei que não gosta que eu fale que sinto dor. Mas é impossível esconder dos olhos alheios lágrimas que nunca param de descer... como o grande pacífico, perturbado, repleto de violentas ondas. Como não notar quando a tempestade está perto de chegar?
Pois meu amor, hoje eu estava ansiosa para que pudesse ler suas mãos e ver que o destino mudou. Mas as linhas tortas ainda insistem em ser maiores que os desejos. E por mais que eu tente mudar tudo, começar e recomeçar, o abismo, a cada dia, parece mais próximo, e o sofrimento, mais vivo. Pois hoje, meu amor, quis ver teus doces lábios e confiar nos meus, só que, trêmula, minhas boca não conseguiu dizer seu nome, você não me viu. Passou por dentro de mim, como se eu fosse um fantasma que te assombra, não me sentiu. E eu entendi que depois de um tempo, o destino é imutável. Primeiro, quis desacreditar na descoberta, depois, não tive como respirar sem aceitar a verdade.
Meu amor! Hoje choro lágrimas internas equanto sonho com seus braços macios.
Se todas as palavras fossem uma, seriam solidão!
por mais que eu tente esconder, a dor já é imensa. Eu sei que você não gosta que eu diga para todo mundo o que eu sinto, e sei que não gosta que eu fale que sinto dor. Mas é impossível esconder dos olhos alheios lágrimas que nunca param de descer... como o grande pacífico, perturbado, repleto de violentas ondas. Como não notar quando a tempestade está perto de chegar?
Pois meu amor, hoje eu estava ansiosa para que pudesse ler suas mãos e ver que o destino mudou. Mas as linhas tortas ainda insistem em ser maiores que os desejos. E por mais que eu tente mudar tudo, começar e recomeçar, o abismo, a cada dia, parece mais próximo, e o sofrimento, mais vivo. Pois hoje, meu amor, quis ver teus doces lábios e confiar nos meus, só que, trêmula, minhas boca não conseguiu dizer seu nome, você não me viu. Passou por dentro de mim, como se eu fosse um fantasma que te assombra, não me sentiu. E eu entendi que depois de um tempo, o destino é imutável. Primeiro, quis desacreditar na descoberta, depois, não tive como respirar sem aceitar a verdade.
Meu amor! Hoje choro lágrimas internas equanto sonho com seus braços macios.
Se todas as palavras fossem uma, seriam solidão!
quarta-feira, janeiro 21, 2004
E há noites em que me sinto trêmula.
E meu coração se aperta
E pareço desaparecer em uma
Bruma cada vez mais densa.
Como se fosse condenada
A padecer de um mal
Eterno.
Condenada, pouco a pouco
A devanecescer.
Em alguns minutos
Minhas mãos gelam
E é como se eu estivesse em meio
aos icebergs.
E nestas noites, sinto saudade.
E meu coração se aperta
E pareço desaparecer em uma
Bruma cada vez mais densa.
Como se fosse condenada
A padecer de um mal
Eterno.
Condenada, pouco a pouco
A devanecescer.
Em alguns minutos
Minhas mãos gelam
E é como se eu estivesse em meio
aos icebergs.
E nestas noites, sinto saudade.
terça-feira, janeiro 20, 2004
segunda-feira, janeiro 19, 2004
domingo, janeiro 18, 2004
Querido,
sei que o dia já se foi e que não posso sair correndo e entregar-te minhas palavras agora... e que minhas páginas já não são suficientes para tanto amor. Se antes eu teimava em não escrever por saber que era um desperdício dizer e não ser lida, no momento, a maior sensação é a de que irei explodir se deixar de contar detalhe por detalhe toda a minha paixão.
Ontem olhei para o céu. Durante alguns segundos me pareceu mais bonito do que é realmente. Tive a impressão de que outras pessoas teriam a mesma sensação, e foi estranho. Nunca me senti assim, acho. E por um instante durante segundos que se passam voando, eu lembrei de você. E lembrei da distância. E senti sua falta. Muita falta. Olhei para o céu e não vi estrelas, aí pensei; amanhã o dia será frio. E é verdade. Foi então que desejei que ainda estivéssemos no início, no auge de um amor inocente... Para que nos deitássemos em uma cama quente, e contássemos os minutos de trás pra frente e do jeito normal para ver se poderíamos enganar o tempo. E eu achei que seria possível que ficássemos brincando até que o tempo se cansasse e o dia fosse embora. Aí alugaríamos um filme feliz e nos divertiríamos rindo de uma comédia romântica que mostraria situações esdrúxulas. Então, imitaríamos algumas das cenas, eu entregaria flores para você no metrô... aí você me olharia com o rosto cheio de lágrimas e declararia todas as lindas palavras que conhece, e nós tomaríamos banho de chuva - mesmo eu odiando banho de chuva - e tomaríamos sorvete no frio, e choraríamos de felicidade.
Ontem eu olhei para o céu, querido, e entendi o futuro do pretérito.
sei que o dia já se foi e que não posso sair correndo e entregar-te minhas palavras agora... e que minhas páginas já não são suficientes para tanto amor. Se antes eu teimava em não escrever por saber que era um desperdício dizer e não ser lida, no momento, a maior sensação é a de que irei explodir se deixar de contar detalhe por detalhe toda a minha paixão.
Ontem olhei para o céu. Durante alguns segundos me pareceu mais bonito do que é realmente. Tive a impressão de que outras pessoas teriam a mesma sensação, e foi estranho. Nunca me senti assim, acho. E por um instante durante segundos que se passam voando, eu lembrei de você. E lembrei da distância. E senti sua falta. Muita falta. Olhei para o céu e não vi estrelas, aí pensei; amanhã o dia será frio. E é verdade. Foi então que desejei que ainda estivéssemos no início, no auge de um amor inocente... Para que nos deitássemos em uma cama quente, e contássemos os minutos de trás pra frente e do jeito normal para ver se poderíamos enganar o tempo. E eu achei que seria possível que ficássemos brincando até que o tempo se cansasse e o dia fosse embora. Aí alugaríamos um filme feliz e nos divertiríamos rindo de uma comédia romântica que mostraria situações esdrúxulas. Então, imitaríamos algumas das cenas, eu entregaria flores para você no metrô... aí você me olharia com o rosto cheio de lágrimas e declararia todas as lindas palavras que conhece, e nós tomaríamos banho de chuva - mesmo eu odiando banho de chuva - e tomaríamos sorvete no frio, e choraríamos de felicidade.
Ontem eu olhei para o céu, querido, e entendi o futuro do pretérito.
Sabe, eu cansei!
Cansei de ligar, cansei de falar
Cansei de ser
Cansei de tentar.
Um fato é:
nunca fui alguém por quem se apaixonar.
Todos os meus amores
Permaneceram em meus sonhos
Todos desfaleceram,
Fugiram em meio à bruma,
Soltaram-se de mim!
Restou a saudade.
Eu, hoje,
escrevo poemas para ti
leio livros para ti
choro lágrimas doces para ti
sonho todos os dias com seu calor
amo todas as memórias de você!
A única coisa que eu queria era
um telefonema
um alô
uma carta
uma chegada no horário
marcado.
Uma chegada.
Tudo que eu pedi foi amor.
Esqueci, coitada de mim
Que a pequena sutileza de minha vida
Não me permite amar
Me permite sofrer...
Cansei de ligar, cansei de falar
Cansei de ser
Cansei de tentar.
Um fato é:
nunca fui alguém por quem se apaixonar.
Todos os meus amores
Permaneceram em meus sonhos
Todos desfaleceram,
Fugiram em meio à bruma,
Soltaram-se de mim!
Restou a saudade.
Eu, hoje,
escrevo poemas para ti
leio livros para ti
choro lágrimas doces para ti
sonho todos os dias com seu calor
amo todas as memórias de você!
A única coisa que eu queria era
um telefonema
um alô
uma carta
uma chegada no horário
marcado.
Uma chegada.
Tudo que eu pedi foi amor.
Esqueci, coitada de mim
Que a pequena sutileza de minha vida
Não me permite amar
Me permite sofrer...
sábado, janeiro 17, 2004
Porque todo o ódio do mundo se coloca, em algum ponto, como um pedaço de manipulação. A história está repleta de seres humanos. A história só é feita de seres humanos. A história é sábia. Os seres humanos é que são burros.
O que será de todos e todas nós, pequenos e grandes, quando não houver mais rastro de dignidade na Terra? Quando acabarmos com todas diferenças, e com elas, extinguirmos as semelhanças? O que será de nós quando não houver campos em que cultivar, cidades em que viver, pessoas a amar? O que será de nós quando a falta de humanidade - porque hoje eu olho para o lado e vejo barbárie, barbárie não é sentimento humano, é? - tomar conta de todo o mundo e formos completamente dominados pela vontade de trocar sem justiça, e trocar qualquer que seja a coisa: sentimentos, vidas, mercadorias, liberdades... O que será de nós quando o caos se instaurar em toda a alma e já não restar esperança?
Eu digo: quando não restar mais nada, nem a solidão, seremos pura dor. E da dor que envergonha, e não teremos qualquer rastro de vida para nos apegarmos. Seremos vazios concretos. Seremos pó, mas pós separados. Não haverá mais amor, nem uniões, nem paixões, e muito menos cartas. Não haverá seres humanos, não existirá erro! A única coisa restante será a falta de lágrimas salgadas, tão belas quando escorridas de doces olhos. Quando não houver mais lágrimas, seremos lástima.
O que será de todos e todas nós, pequenos e grandes, quando não houver mais rastro de dignidade na Terra? Quando acabarmos com todas diferenças, e com elas, extinguirmos as semelhanças? O que será de nós quando não houver campos em que cultivar, cidades em que viver, pessoas a amar? O que será de nós quando a falta de humanidade - porque hoje eu olho para o lado e vejo barbárie, barbárie não é sentimento humano, é? - tomar conta de todo o mundo e formos completamente dominados pela vontade de trocar sem justiça, e trocar qualquer que seja a coisa: sentimentos, vidas, mercadorias, liberdades... O que será de nós quando o caos se instaurar em toda a alma e já não restar esperança?
Eu digo: quando não restar mais nada, nem a solidão, seremos pura dor. E da dor que envergonha, e não teremos qualquer rastro de vida para nos apegarmos. Seremos vazios concretos. Seremos pó, mas pós separados. Não haverá mais amor, nem uniões, nem paixões, e muito menos cartas. Não haverá seres humanos, não existirá erro! A única coisa restante será a falta de lágrimas salgadas, tão belas quando escorridas de doces olhos. Quando não houver mais lágrimas, seremos lástima.
quarta-feira, janeiro 14, 2004
Eu só sei escrever assim..
Agradecer palavras fracas que se
Soltam
como poeira humana
Agradecer lágrimas que rolam
E se encontram
Em um leito fino
De rio opaco.
Amar a solidão em demasia
E morrer de amor todos
Os dias
Sonhar com novos ventos
E ouvir chiados como músicas.
...
Aprendi com as palavras
que todas as dores são reveladas
Uma a uma
Como fotografias
Se a caneta, o lápis, a tecla
Vibram como elas. Com elas.
Aprendi com as dores
Que qualquer palavra pode ser inventada
e que é mentira,
uma grande mentira!,
Que quem escreve tem um dom.
Quem escreve, sente
Quem sente, tem dor.
Hoje, sinhá,
aprendi que quebrar regras
é a face mais divertida da vida
a mais prolífera
e a mais doída.
Agradecer palavras fracas que se
Soltam
como poeira humana
Agradecer lágrimas que rolam
E se encontram
Em um leito fino
De rio opaco.
Amar a solidão em demasia
E morrer de amor todos
Os dias
Sonhar com novos ventos
E ouvir chiados como músicas.
...
Aprendi com as palavras
que todas as dores são reveladas
Uma a uma
Como fotografias
Se a caneta, o lápis, a tecla
Vibram como elas. Com elas.
Aprendi com as dores
Que qualquer palavra pode ser inventada
e que é mentira,
uma grande mentira!,
Que quem escreve tem um dom.
Quem escreve, sente
Quem sente, tem dor.
Hoje, sinhá,
aprendi que quebrar regras
é a face mais divertida da vida
a mais prolífera
e a mais doída.
terça-feira, janeiro 13, 2004
Se eu fosse falar de obviedades, acabaria em clichês eternos, querendo falar de músicas que me marcaram, mas que não lembro o nome, caindo em uma ironia, de gostar e não saber do quê, de ser e não saber o quê. Se eu fosse falar de todas as coisas óbvias iria falar de todas as letras que já quis plagiar, e de todos os poemas de blogs - porque eu só leio poetizas e poetas de blogs, pouco assídua com livros - que já quis que fossem meus! E de todas a inveja que já senti, e de todos os medos que tenho, e do único que me faz querer pular da janela agora. Se eu fosse falar de obviedades, mais do que já falo, qualquer um notaria que minha vida é uma farsa fácil de ser desmascarada, e que minhas filosofias baratas só funcionam em bares, e com desconhecidos, e que meus pensamentos se travam, e que eu não vejo muita originalidade nos movimentos simples que estão por aí, e que eu não reparo nos dias e nas noites. Se eu fosse dizer o óbvio, iria dizer que tenho a pior memória do mundo, e nem precisei de dorgas para isso, e nunca reparo na lua, e não gosto de dias ensolarados, e não gosto de céu azul claro... e que não acho que nós temos um céu que é nosso mar, e que não gosto de areia da praia, e que praia só é bonita em foto, porque sol, areia e sal são as piores invenções da combinação louca do planeta. Ah, se eu fosse falar de obviedades, seria tão simples entender porque a vida não tem mais sentido para mim, ou nunca teve, e que escritores de blogs, raramente publicam livros. E que poetizas (sas?) não são a escória da humanidade, e eu sou a escória. Meu amor é o patamar. O mais alto! Inatingível. Meu amor. Se eu fosse falar do escancarado, falaria de meus sentimentos simples e frágeis, e de meu coração que bate dia sim dia não... grita forte e depois se cala, subitamente, para me dar espaço para sentir a fadiga de uma vida praticamente inerte. Logo eu, que prezo tanto o movimento.
se eu fosse falar de mim,
aberta ao público
não teria o que dizer.
o que sou eu, senhorita
serei digna de sangria?
se eu fosse falar de mim,
aberta ao público
não teria o que dizer.
o que sou eu, senhorita
serei digna de sangria?
segunda-feira, janeiro 12, 2004
domingo, janeiro 11, 2004
Está chovendo. E está frio.
Onde está você, que eu amo tanto, e que me faz falta, me dá nos nervos não estar ao seu lado o tempo todo. Cada minuto do meu dia, hoje, deveria ser gasto deitada com você, embaixo do meu edredon colorido. Esquecer todas as perturbações, levantar só para tomar sorvete, ver um filme gostoso...
Onde está você, que eu amo tanto, e que me faz falta, me dá nos nervos não estar ao seu lado o tempo todo. Cada minuto do meu dia, hoje, deveria ser gasto deitada com você, embaixo do meu edredon colorido. Esquecer todas as perturbações, levantar só para tomar sorvete, ver um filme gostoso...
sábado, janeiro 10, 2004
Gritei milhares de eu-te-amos
Que se despedaçaram nos ares.
Eu, solitária em focos
De sublime.
De cinema sublime
De poesia sublime.
De dias banais
Que se abrem em cantos
Partituras
Calmarias
de eu mesma.
Gritei eu-te-amos que
Ficaram presos em árvores
Altas
E nunca atingiram
O dono das palavras.
Eu, solitária
Gritei até minha voz se tornar pálida.
Na minha calmaria
Sufocante
Gritei eu-te-amos
Que me libertavam.
Mas, ó deus, o que é a liberdade?
Quando a solidão
E as palavras
São o resto
de uma vida?
Que se despedaçaram nos ares.
Eu, solitária em focos
De sublime.
De cinema sublime
De poesia sublime.
De dias banais
Que se abrem em cantos
Partituras
Calmarias
de eu mesma.
Gritei eu-te-amos que
Ficaram presos em árvores
Altas
E nunca atingiram
O dono das palavras.
Eu, solitária
Gritei até minha voz se tornar pálida.
Na minha calmaria
Sufocante
Gritei eu-te-amos
Que me libertavam.
Mas, ó deus, o que é a liberdade?
Quando a solidão
E as palavras
São o resto
de uma vida?
Vou tomar sorvete e me irritar de você, sofrer de você, esquecer com você o eu. Brincar de imaginar que posso voar, como Peter Pan, posso sonhar. Vou ali, rapidinho, me despedir de nosso passado e dar adeus a um futuro que nunca acontecerá. Sentarei, quietinha, no canto do quarto... e quando você olhar para mim, com calma, abrirei um sorriso tímido e repleto de um vazio que foi preenchido por suas lembranças.
Minha memória de dias ruins
É assim:
Coberta de fantasias
Preenchida por ruínas,
Caos
Dor bela
que atravessa
O peito.
Minha memória de dias ruins
É assim:
Coberta de fantasias
Preenchida por ruínas,
Caos
Dor bela
que atravessa
O peito.
Assisto minha dor crescer, baby.
Sentada na minha cadeirinha na varanda, vejo minha vida passar diante de meus olhos, como os relatos de quem está à beira da morte.
E ouço My Morning Jacket, deprimida, pergunto-me quando e por quê. Por que será que enxergo com tanta clareza os erros, e os acertos passam despercebidos por meus olhos? Será que já estou cega para as bondades, para as certezas? E se, por um acaso, eu me lembrar que sei que existiram bons momentos, e ironicamente, não encontrar dentro de mim quais são estes?
Assisto, de camarote, no melhor lugar da arquibancada, a minha dor florescer, a mais bela das flores da árvore das desgraças, e, quase sem querer, se entrelaça com outras dores que não sei de quem são... e me sinto muito humana.
Quando tudo o que eu queria era uma lembrança pequena de suas mãos longas passando em meu cabelo, minha memória mostra-se puramente tristeza. E as recordações de dias bons e toques e palavras lindas que saem tão maravilhosamente de seus lábios, se transformaram em pequenos pontos de descontentamento.
Querido, minha vida se tornou um eterno segundo-luz. Um segundo-luz que nunca desfalece, e não me leva embora daqui! O tempo não passa, mas as lembranças acabam-se em minhas palmas cruéis e ácidas. Palmas par ao freak show no qual minha vida se transformou com a perdição, com a perda do amor.
E se, agora, sento-me e as lágrimas não escorrem por entre os leitos que formam-se em minha face, é porque eu sei, ah se sei!, que a dor é, e sempre foi, o que me mantém. Não há amor que faça de mim um ser. Só a solidão e o desejo que nunca se relaiza me torna o que sou. Se sou algo, só a sutileza da dor, algum dia, poderá me descrever.
Sentada na minha cadeirinha na varanda, vejo minha vida passar diante de meus olhos, como os relatos de quem está à beira da morte.
E ouço My Morning Jacket, deprimida, pergunto-me quando e por quê. Por que será que enxergo com tanta clareza os erros, e os acertos passam despercebidos por meus olhos? Será que já estou cega para as bondades, para as certezas? E se, por um acaso, eu me lembrar que sei que existiram bons momentos, e ironicamente, não encontrar dentro de mim quais são estes?
Assisto, de camarote, no melhor lugar da arquibancada, a minha dor florescer, a mais bela das flores da árvore das desgraças, e, quase sem querer, se entrelaça com outras dores que não sei de quem são... e me sinto muito humana.
Quando tudo o que eu queria era uma lembrança pequena de suas mãos longas passando em meu cabelo, minha memória mostra-se puramente tristeza. E as recordações de dias bons e toques e palavras lindas que saem tão maravilhosamente de seus lábios, se transformaram em pequenos pontos de descontentamento.
Querido, minha vida se tornou um eterno segundo-luz. Um segundo-luz que nunca desfalece, e não me leva embora daqui! O tempo não passa, mas as lembranças acabam-se em minhas palmas cruéis e ácidas. Palmas par ao freak show no qual minha vida se transformou com a perdição, com a perda do amor.
E se, agora, sento-me e as lágrimas não escorrem por entre os leitos que formam-se em minha face, é porque eu sei, ah se sei!, que a dor é, e sempre foi, o que me mantém. Não há amor que faça de mim um ser. Só a solidão e o desejo que nunca se relaiza me torna o que sou. Se sou algo, só a sutileza da dor, algum dia, poderá me descrever.
sexta-feira, janeiro 09, 2004
quinta-feira, janeiro 08, 2004
Pois escutei alguém falar sobre adolescentes. E deparei-me com o fato de ser uma. Uma pequena menina que está crescendo e que talvez nunca seja adulta. Não, eu não quero ser adulta! E cada vez que penso em brincadeiras, e depois penso em poemas, flagro-me no terror de entrar em um rito de passagem e ter de deixar de ser eu mesma para virar outra, completamente alheia, incluída em um mundo louco onde neo-fascistas se formam em universidades, e neo-artistas morrem de fome em sinais de trânsito, pintando faixas para jantares benficentes. E de repente, ouvi na televisão que Malhação era programa para adolescentes, e por um instante quis não ser mais humana, e não passar pela lavagem cerebral que este tipo de showzinho ao público jovem televisivo promove. Mas não se enganem. Não quis ser adulta mais rápido, só quis deixar de ser humana. Se é que ainda chama-se de humanidade esse amontoado de desgraças que temos incrustrados em nossos corpos. Mas, eu sei, isto não vem ao caso. O fato é que eu estou envelhencendo. E se antes tinha 14, e ria matando aula para comer brigadeiro e assistir "Sociedade dos poetas Mortos" na casa da Ludmila... hoje, Ludmila tem uma filha de um ano, e foi confundida com uma adolescente por seu médico imbecil - como a maioria dos médicos, desculpem-me - enquanto ela é até uns dois anos mais velha que eu. Só uns dois anos, e com uma filha de mais de um nos braços. Quase morreu quando descobriu que estava grávida. Mas está aí. Virando publicitária. Publicitária! Pelo menos ãoo é jornalista, pois convenhamos, os jornalistas mais legais são aqueles que nunca exerceram a profissão. Inclusive, a mídia adora falar de adolescentes... como se fossem um bando de babacas. E são. Nós somos. E quem não é? A criacinha que acabou de nascer? Talvez. Mas em dois meses, estará estragada. Não há nada que não se estrague nesse meio. Voltando ao assunto, i'm still a teenager. Fuck! Ainda aprendendo inglês, enquanto tenho uma amiga que já está lá pela terceira língua. Idioma, otário. Não da boca. E outra, que dá aulas de francês e termina a graduação em um semestre. E eu aqui, desperdiçando a chance de terminar em um ano e meio. Um ano e meio... Coisa de adolescente mesmo. Perder tempo. Perder tempo comigo.
segunda-feira, janeiro 05, 2004
domingo, janeiro 04, 2004
sexta-feira, janeiro 02, 2004
para o novo ano
A chuva que virá,
Que lave meu rosto
Pálido pela perda de sangue
Surrado
Pela minha voz incessante.
A dor que se estende,
Que fique.
Que me faça chorar
Mas algum dia,
Por favor,
Se vá.
deixo para trás um ano velho,
entro para um ano em que envelheço.
conto o tempo por desperdícios,
espero que
este ano
não voe tão rápido
quanto em outros anos.
assim, terei certeza
de que minha velhice foi de bom grado.
A chuva que virá,
Que lave meu rosto
Pálido pela perda de sangue
Surrado
Pela minha voz incessante.
A dor que se estende,
Que fique.
Que me faça chorar
Mas algum dia,
Por favor,
Se vá.
deixo para trás um ano velho,
entro para um ano em que envelheço.
conto o tempo por desperdícios,
espero que
este ano
não voe tão rápido
quanto em outros anos.
assim, terei certeza
de que minha velhice foi de bom grado.
E vi uma criança passar na rua, carregando uma bola, dessas que voam, vermelha, em uma de suas pequeninas mãos. Na outra, levava um pirulito, igual àqueles do Chavito, grande, colorido. E eu passava, e observava como cachorro que se senta em frente á padaria, olhando os frangos rodarem na televisão de cachorro.
Eu olhava tão ávida para a criança que o vazio que sentia em mim já quase não aparecia, e eu esquecia todas as desgraças... A única coisa que brilhava em minha frente era o passado que se reveste de presente, e dá esperanças de futuro. E, em muito tempo, rezei para que houvesse proteção, para que houvesse permanência, para que houvesse tolerância, para a perpetuação da vida. E pela primeira vez em muito tempo, desejei ser assim, jovem, viajar em uma máquina do tempo sem ter que enfrentar paradoxos ditados pelas leis da física, e quis desaparecer em uma cauda de cometa gelado, sentir o vento dos novos caminhos e possibilidades. E desejei, incensatemente, e abracei-me ao jatobá... desejei incansavelmente que eu voltasse a segurar balões e pirulitos e a sonhar.
E vi uma criança pequenina atravessando uma rua deserta. Observei pouco a pouco, até que a última poeira que saía de seus pés lentos sumiram de meu campo de visão.
Eu olhava tão ávida para a criança que o vazio que sentia em mim já quase não aparecia, e eu esquecia todas as desgraças... A única coisa que brilhava em minha frente era o passado que se reveste de presente, e dá esperanças de futuro. E, em muito tempo, rezei para que houvesse proteção, para que houvesse permanência, para que houvesse tolerância, para a perpetuação da vida. E pela primeira vez em muito tempo, desejei ser assim, jovem, viajar em uma máquina do tempo sem ter que enfrentar paradoxos ditados pelas leis da física, e quis desaparecer em uma cauda de cometa gelado, sentir o vento dos novos caminhos e possibilidades. E desejei, incensatemente, e abracei-me ao jatobá... desejei incansavelmente que eu voltasse a segurar balões e pirulitos e a sonhar.
E vi uma criança pequenina atravessando uma rua deserta. Observei pouco a pouco, até que a última poeira que saía de seus pés lentos sumiram de meu campo de visão.