sábado, janeiro 17, 2004

Porque todo o ódio do mundo se coloca, em algum ponto, como um pedaço de manipulação. A história está repleta de seres humanos. A história só é feita de seres humanos. A história é sábia. Os seres humanos é que são burros.

O que será de todos e todas nós, pequenos e grandes, quando não houver mais rastro de dignidade na Terra? Quando acabarmos com todas diferenças, e com elas, extinguirmos as semelhanças? O que será de nós quando não houver campos em que cultivar, cidades em que viver, pessoas a amar? O que será de nós quando a falta de humanidade - porque hoje eu olho para o lado e vejo barbárie, barbárie não é sentimento humano, é? - tomar conta de todo o mundo e formos completamente dominados pela vontade de trocar sem justiça, e trocar qualquer que seja a coisa: sentimentos, vidas, mercadorias, liberdades... O que será de nós quando o caos se instaurar em toda a alma e já não restar esperança?

Eu digo: quando não restar mais nada, nem a solidão, seremos pura dor. E da dor que envergonha, e não teremos qualquer rastro de vida para nos apegarmos. Seremos vazios concretos. Seremos pó, mas pós separados. Não haverá mais amor, nem uniões, nem paixões, e muito menos cartas. Não haverá seres humanos, não existirá erro! A única coisa restante será a falta de lágrimas salgadas, tão belas quando escorridas de doces olhos. Quando não houver mais lágrimas, seremos lástima.

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