sexta-feira, janeiro 23, 2004

da série releituras

Sexta, 18 de julho 2003

Porque, se algum dia houvesse o que dizer
Calaria, mórbida por entre meus sonhos
Para com essa vida.
Porque, se eu leio em alguma dia
Um poema frágil
E olho minha cartas de amor
E são quase como
Palavras caladas
Descartadas em um bocado de papéis velhos
Cheios de poeira
Como nós
Eus
Sem conjugações.
E se meus por-quês-sei-lás
Se dizem para mim assim
Vozes sádicas de crianças perfuradas de libido
E eu me escondo de mim sem querer ouvir
Porque, se me olho no espelho e não vejo reflexo
É quando gosto de você e já não te seguro em mim.
E quando penso no passado e percebo, de repente,
Que o futuro não pode ser pra sempre... o mesmo
E caio em mim
E me perco em brumas de solidões mil
Realizo meus desejos mais sórdidos.
Finjo que não amo
E não quero mais nos ver.

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