segunda-feira, junho 20, 2005

Cinema-não-ficção-II?

Paulo é um garoto estranho. É desses que entra fácil na vida dos outros, e quando sai leva pedaços enormes, mosntruosos junto com ele. Ele ama muita gente, muita mesmo. Mas, às vezes, negligencia as pessoas que ama. Paulo é assim. Bebe conhaque, mesmo sabendo que o gosto é péssimo e topa qualquer programa idiota, desde que em boa companhia. Come na frente do conic e bebe vinho em show de sindicato. Paulo mora numa casa bonita, com o jardim mais bem feito que já conheci. Ele que plantou todas as flores, e se orgulha de seu pinheiro que já deu seu primeiro pinho. Paulo rouba mudas de plantas que acha bonita de qualquer lugar. Desde o canteiro de sua cidade, até o canteiro da igreja mais bonita. Ele sabe que se deus existe, gosta de flores. O melhor presente que já ganhei de Paulo foi um origami. Ninguém nunca tinha entendido o que eram aquelas dobraduras tortuosas, mas eu vi, no primeiro instante que era uma vitória-régia. Eu adoro vitórias-régia. Paulo é outro que se perdeu de mim em um desencontro. Mas foi um desencontro mais ou menos criado. Paulo se foi, e eu me perdi. Mas quem nunca se perdeu? Paulo é um garoto estranho. Ama muito, muito mesmo. E é dono do amor mais bonito que já vi. Mas ele nunca se entrega. Talvez, tenha medo de se perder de novo, por um amor tão bonito quanto o seu.

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