Demorei tanto pra conseguir sentar na frente do compuitador que os pensamentos fluiram sozinhos, avulsos, famintos por quem quisesse fazer melhor uso deles.
Demorei tanto pra sentar aqui que as minhas pernas cansaram, meus olhos começaram a doer, tive queda de pressão, quase cai das escadas, esmaguei uma formiga, sentei no parapeito da varanda, falei sobre o céu, pensei nos braços de outros, pensei em sexo, chorei, quase fiquei cega, tentei suicídio.
Demorei tanto pra escrever que a data de validade foi-se embora, que o ralo da pia levou a água, que o telefone parou de tocar, que os olhos azuis já não me comovem, que a dor não me supera, que o som não me incomoda.
Demorei tanto pra saber, que sentar aqui ou não já não faz diferença, que pensar em Deus não me entristece, que saber meus motivos pra descrença me engrandece, que rir de mim mesma me maltrata.
Demorei tanto pra sentar aqui, que vou embora... já, já!
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