Ele jogou o copo pra fora, pela janela.
O vidro espedaçou-se em mil estilhaços fúnebres, como que comovido pela dor do dono. O vidro ficou imóvel, em seus milhares de pedacinhos esparramados no chão da calçada, aquela mesma tão feliz.
Ele jogou o copo pela janela. Ela não estava lá embaixo, nem ao lado.
O copo chorou o resto de água que estava no seu fundo. O copo gritou quando caiu. O copo gritou por ela, pra que não fosse jogado de novo.
Ele jogou o copo fora. Não, não era o copo dela. Era um qualquer. Era o fruto da raiva o copo estendido no chão. Cacos, caquinhos derramados como sangue do que pisa e se machuca.
Ele jogou o copo fora, e arranhou a parede com a faca.
Os seus utensílios domésticos não era nada agora. Morra, parede, gritava ele. Morra parede, antes que eu morra. Antes que ela morra... de novo, em cima da minha cama.
Morra copo, antes que eu tenha que me cortar.
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