O sangue escorria por debaixo da cama. Vinha escuro, misturado com o cheiro do apartamento sujo, mofado. Fedor, falaria melhor. Fedor impregnante, daqueles que tampar o nariz não funciona.
O sangue vinha viscoso, misturado com a sujeira, com o fedor e com os pedaços mais duros do feto.
O sangue vinha triste, caindo, escorrendo, escorrendo.
O outro tapava a boca, pra não gritar de raiva, de novo.
O barço estendia-se no chão, com as veias dilatadas de dor e medo. O braço caía no chão, com as veias podres de picadas esquisitas de mosquitos e agulhas.
O sangue ainda ia de um canto pr outro. O braço não tinha cura. O bebê não tinha volta. E a lágrima não saía nunca.
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