sábado, agosto 31, 2002

Solidão, solidão, solidão.
Eu não tenho saco pra viver assim.
Alguém me dá um carro, me diz onde ele foi, me leva pra um show de jazz, me faz dançar a noite inteira.
Minha juventude de paciência com a solidão foi embora.
Não quero mais ficar aqui.

meus braços batem nas grades da janela
o céu azul arroxeado lá fora me chama pra ser dele;
eu não ponho o pé pra lá de casa,
temendo o tiro que pode vir de dentro.
o tiro sei que não existe, mas obedecer faz parte da vida de quem só sabe isto.
as grades enferrujadas pedem pra que eu as quebre,
eu não faço.
quebrar grades de ferro não é comigo,
meu bem, eu não quebro nada...
eu junto meus pedaços
de vez em quando
se consigo achá-los
pois não há um que não fuja de mim.
eu bato a caneca: eu quero água.
não vou dar, menina
se você não chorasse tanto não iria ter sede
sua sede pra mim é nada.

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