sexta-feira, setembro 23, 2005

[Adriana é 'Banana Pancakes']

[Amanda é 'Sitting, Waiting, Wishing']


Juliana sentou no banco do parque, colocou sua bolsa em cima da mesinha de concreto, e aumentou o volume do discman. Pensava em Amanda e Adriana, personagens-fantasia para a noite que acabou em risos e um jogo bobo, com os amigos. Um jogo bobo, uma noite fria, como há muito não via. Um jogo bobo, risadas altas, madrugada que parecia não acabar. E a música tocava alta, estourando seus ouvidos. Não importava. Sentia-se como Amanda e Adriana, juntas. Emaranhadas. Vontade de uma amor bonito, de Adriana. Vontade de uam solidão imensa, como a de Amanda. E,de repente, notou o verso: 'there is no song to sing'. E a lágrima escorreu ao olhar o pôr-do-sol bonito que se colocava neste dia pós chuva. Juliana não era nenhuma das duas. Ou ambas. Juliana era a presença de que não tinha vontade de vida naquele lugar: não haveria bancos e mesas de concreto, pôres-do-sol, personagens-fantasias, Imagem e Ação, Amandas e Adrianas que diriam o que ela sentia. Ela não era Sitting, waiting, wishing, nem Banana pancakes, muito menos Better together. Ela não era verão, nem inverno. Ela era morna ali. Sem extremos ou sonhos. Sem vontades de amor, sem vontades de sonhar. Não sentia vontade das risadas, do bar ou da sinuca. Juliana não era solidão, tampouco completude. Pensou-se mediocridade. Juliana era um imenso vazio urbano. Ela não era nada a ser extravasado. Ali, ela não queria ser algo. Ela queria ser nada. Passar desapercebida pelas ruas. Ali, ela não qeuria paixões, combnações, vida. Ali, ela não queria ser Adriana ou Amanda. Muito menos Janaína. Juliana, com o discman alto e a música para terminar, queria escever um bilhete suicida, só por escrever. Queria morrer para o mundo e começar de novo. Em outro lugar.

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