sábado, setembro 24, 2005

A vida e os sonhos

No mundo da fantasia, Gabriel retirou o telefone do gancho e fez uma ligação de longa distância. Falou que sentia saudade e se deixou levar nas ondas do arrebatamento do sentir. Não teve medo, nem dúvidas. Não relutou, não sentiu-se confuso.
Do outro lado, em outro lugar, Juliana só pensava em sair daquela cidade. De repente, ao ouvir o celular tocar e ver um nome que há muito nele não aparecia, sentiu um conforto tamanho, e sorriu.
O alô foi singelo e sincero, o carinho: profundo. Gabriel avisava-a de uma visita e dizia palavras de amor. Chorava, pedia desculpas pela dor causada. Em prantos, dizia-se saudade. "Hoje eu sou saudade, meu bem."
Juliana, pensativa, dispôs-se a buscá-lo na rodoviária, falou que tipo de roupas trazer, como estava o clima, quais eram as novidades, disse estar surpresa pela ligação. Uma surpresa boa. Juliana sentiu-se ansiosa, mas o aperto no peito tinha ido. "Ele é um paradoxo" - lembrava, mas isso não importava.
Arrumou a cama que o aconchegaria, limpou a casa para que o pó não causasse alergia.
Gabriel chegou em seus sonhos e deu-lhe um beijo de leve nos lábios. "Sua boca pequenina, bem feita. Beijo-te no sono, sem acordar."

É sempre assim no mundo da fantasia. Quando Juliana fecha os olhos, sonha. E os sonhos são sempre bons. Tudo é perfeito. O amor não acaba, as pessoas retornam.
Juliana abre os olhos. Quase instantaneamente toca:

"love or leave and let me lonely. you won't believe me, but i love you only. regreting instead of forgetting with somebody else."

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