terça-feira, setembro 27, 2005

Juliana é um grande espaço vazio. Um vácuo entre o espaço e o tempo. É a representação máxima da agonia de estar presa em algum lugar e em lugar algum. Juliana não é memória e não é fato. Juliana não tem olhos profundos, ou fundos. Juliana não tem cabelos que mudam de cor ou olhos que sejam castanhos. Juliana é pura angústia. Juliana é o vômito pela manhã. Juliana é vontade de sair daqui. Juliana é um grande espaço vazio que gostaria de ser algo em outro local. Juliana é a vontade de outra cidade, estado, país. Juliana não deseja nada. Sequer desejaria Gabriel de volta. Juliana desejaria Belho Horizonte, nunca Gabriel. Juliana não é saudade. Juliana é um vácuo de sentido. Juliana não sente nada além da dor, além da despedida de quem se vai. Juliana é um tchau na rodoviária. Juliana é aquilo que restou de estar e ser outras que não ela. Juliana é vontade. Mas morre a cada minuto.

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