segunda-feira, dezembro 25, 2006
sábado, dezembro 16, 2006
domingo, dezembro 03, 2006
citando a Ana, do marx de cu é hegel:
"E ao contrário do que possam pensar os leitores, eu não sou tão reaça a ponto de odiar jornais. Só aos jornalistas."
[assim, sim, é ser boa reacionária]
"E ao contrário do que possam pensar os leitores, eu não sou tão reaça a ponto de odiar jornais. Só aos jornalistas."
[assim, sim, é ser boa reacionária]
quinta-feira, novembro 30, 2006
relembro.os.livros.os.filmes.os.discos-os.amigos.quase.elis.
[Friday, April 29, 2005
Kundera II
Karenin tinha câncer, e já não tinha forças para brincar com croissants. Karenin tinha câncer de mama. Ou era na perna? Acho que na perna. Não importa. Ela não ia mais passear, nem jogar, nem rir. Tereza, sua companhia, chorava por ela. Karenin representava o fim. O definhar. Karenin significava a dor - e o se entregar. Tereza representava a dor.
Karenin tinha câncer em algum lugar, e já não conseguia andar. Pariu dois croissants e uma abelha. Karenin morreu velha, mas nunca abandonada. Karenin morreu e eu chorei, e Tereza chorou e Tomas chorou. Karenin morreu e a enterraram no jardim. Mas não lembro-me se tinha flores. No meu jardim, definham-se as flores. Para consolarem a minha dor, entregaram-se. Como Karenin, morrem. As flores, Tereza e eu.]
[Friday, April 29, 2005
Kundera II
Karenin tinha câncer, e já não tinha forças para brincar com croissants. Karenin tinha câncer de mama. Ou era na perna? Acho que na perna. Não importa. Ela não ia mais passear, nem jogar, nem rir. Tereza, sua companhia, chorava por ela. Karenin representava o fim. O definhar. Karenin significava a dor - e o se entregar. Tereza representava a dor.
Karenin tinha câncer em algum lugar, e já não conseguia andar. Pariu dois croissants e uma abelha. Karenin morreu velha, mas nunca abandonada. Karenin morreu e eu chorei, e Tereza chorou e Tomas chorou. Karenin morreu e a enterraram no jardim. Mas não lembro-me se tinha flores. No meu jardim, definham-se as flores. Para consolarem a minha dor, entregaram-se. Como Karenin, morrem. As flores, Tereza e eu.]
sábado, novembro 25, 2006
sexta-feira, novembro 24, 2006
eu acho muitas coisas engraçadas [pra não dizer surreais, hipócritas ou sem sentido].
mas, a mais engraçada de todas é esse comunismo de propriedade: "eu sou comunista, eu estudo os guerrilheiros, eu quero um país com menos desigualdade." porém, "a mesa é minha, o comptuadfor é meu, eu quero um salário de 8 mil reais, a vida só melhorou pra gente ou muito pobre ou muito rica, meu bolso continua o mesmo, os índios que se virem e se isolem - afinal, quem mandou serem índios, o computador é meu, a vida é minha, a casa é minha - mesmo que a dona seja outra pessoa de fato..." esse comunismo de propriedade privada é interessante: o mundo importa, o cotidiano que seja da propriedade privada.
mas, a mais engraçada de todas é esse comunismo de propriedade: "eu sou comunista, eu estudo os guerrilheiros, eu quero um país com menos desigualdade." porém, "a mesa é minha, o comptuadfor é meu, eu quero um salário de 8 mil reais, a vida só melhorou pra gente ou muito pobre ou muito rica, meu bolso continua o mesmo, os índios que se virem e se isolem - afinal, quem mandou serem índios, o computador é meu, a vida é minha, a casa é minha - mesmo que a dona seja outra pessoa de fato..." esse comunismo de propriedade privada é interessante: o mundo importa, o cotidiano que seja da propriedade privada.
segunda-feira, novembro 13, 2006
sábado, novembro 11, 2006
sexta-feira, novembro 10, 2006
segunda-feira, outubro 23, 2006
terça-feira, outubro 17, 2006
terça-feira, outubro 10, 2006
izolita se cala.
passa a mão nos cabelos sujos e olha a roupa amarrotada, há muito no corpo suado: transpira o medo de se libertar de um mundo no qual o aperto na garganta e a angústia do estômago são os únicos sentimentos que a fazem sentir-se viva.
izolita se cala. as lágrimas não escorrem pela face formada por ossos aparentes e olhos fundos - não há leitos para elas nestas maçãs pálidas. izolita se cala e passa a mão pelos cabelos sujos e nota a roupa amarrotada. há muito não chora. entretanto, a voz lhe falta.
passa a mão nos cabelos sujos e olha a roupa amarrotada, há muito no corpo suado: transpira o medo de se libertar de um mundo no qual o aperto na garganta e a angústia do estômago são os únicos sentimentos que a fazem sentir-se viva.
izolita se cala. as lágrimas não escorrem pela face formada por ossos aparentes e olhos fundos - não há leitos para elas nestas maçãs pálidas. izolita se cala e passa a mão pelos cabelos sujos e nota a roupa amarrotada. há muito não chora. entretanto, a voz lhe falta.
a vida toda desacreditei. desacreditei nas coisas mais parcas, nas idéias mais pequeninas. desacreditei nos rostos e falas, nas dores e nas lágrimas. desacreditei [e desacredito], pois é na descrença que mantenho a fé.
toda minha vida não fui de calar ou me sujeitar. mas, tudo isso... é incapacidade de acreditar em algo, ou alguém, que não seja este grito que me corrói no silêncio.
toda minha vida não fui de calar ou me sujeitar. mas, tudo isso... é incapacidade de acreditar em algo, ou alguém, que não seja este grito que me corrói no silêncio.
segunda-feira, outubro 02, 2006
leland. em tradução livre.
E foi aí que eu notei que as lágrimas não poderiam fazer com que alguém morto vivesse novamente. Há algo mais para se aprender sobre as lágrimas, elas não podem fazer alguém que não te ama mais, te amar de novo. Acontece o mesmo com as preces. Eu me pergunto o quanto as pessoas gastam de suas vidas chorando e rezando a Deus. Se você me perguntar, o demônio faz mais sentido que Deus. Eu posso, ao menos, ver porque as pessoas gostariam de tê-lo por perto. É bom ter alguém para poder culpar pelas coisas ruins que fazem. Talvez, Deus esteja lá porque as pessoas têm medo das coisas más que fazem. Elas vêem que Deus e o Diabo estão sempre jogando esse joguinho rei-da-guerra. E elas nunca sabem de qual lado vão ficar. Acho que essa idéia de jogo explica como algumas vezes, mesmo quando as pessoas tentam fazer algo bom, acaba acontecendo algo ruim.
[united.states.of.leland]
E foi aí que eu notei que as lágrimas não poderiam fazer com que alguém morto vivesse novamente. Há algo mais para se aprender sobre as lágrimas, elas não podem fazer alguém que não te ama mais, te amar de novo. Acontece o mesmo com as preces. Eu me pergunto o quanto as pessoas gastam de suas vidas chorando e rezando a Deus. Se você me perguntar, o demônio faz mais sentido que Deus. Eu posso, ao menos, ver porque as pessoas gostariam de tê-lo por perto. É bom ter alguém para poder culpar pelas coisas ruins que fazem. Talvez, Deus esteja lá porque as pessoas têm medo das coisas más que fazem. Elas vêem que Deus e o Diabo estão sempre jogando esse joguinho rei-da-guerra. E elas nunca sabem de qual lado vão ficar. Acho que essa idéia de jogo explica como algumas vezes, mesmo quando as pessoas tentam fazer algo bom, acaba acontecendo algo ruim.
[united.states.of.leland]
quinta-feira, setembro 28, 2006
terça-feira, setembro 19, 2006
sexta-feira, setembro 08, 2006
quarta-feira, setembro 06, 2006
terça-feira, setembro 05, 2006
segunda-feira, setembro 04, 2006
quinta-feira, agosto 31, 2006
O horror é tanto que me dá náuseas. As imagens ficam vindo à minha mente e eu não consigo me concentrar.
Sento embaixo do chuveiro quente e me deixo escorrer com a água, direto pelo ralo. Se minha pele, ao menos, pudesse ser derretida com o calor, talvez eu não ficasse tão obsecada com a dor que me sufoca.
Sento embaixo do chuveiro quente e me deixo escorrer com a água, direto pelo ralo. Se minha pele, ao menos, pudesse ser derretida com o calor, talvez eu não ficasse tão obsecada com a dor que me sufoca.
domingo, agosto 27, 2006
segunda-feira, agosto 21, 2006
[a gente nunca esquece o que foi]
é que o passado está impregnado na pele, no olhar, no jeito de andar. no ir e vir: é tudo passado, presente, futuro.
não dá pra esquecer o que se foi: é justamente a ida que cria significados novos.
mas, o que se impregna torna tudo tão difícil: o passado é uma vida de cartas marcadas, viciadas em cair na mesa.
é que o passado está impregnado na pele, no olhar, no jeito de andar. no ir e vir: é tudo passado, presente, futuro.
não dá pra esquecer o que se foi: é justamente a ida que cria significados novos.
mas, o que se impregna torna tudo tão difícil: o passado é uma vida de cartas marcadas, viciadas em cair na mesa.
domingo, agosto 20, 2006
quarta-feira, agosto 16, 2006
sábado, agosto 12, 2006
["Sure I know you'd like to have me, talk about my future and a million words or so to fill you in about my past. have I sisters or a brother? when's my birthday how's my mother? well my dear in time I'll answer all those things you ask.
...
Some fine day when we go walking, we'll take time for idle talking, sharing every feeling as we watch each other smile, i'll hold your hand you'll hold my hand, we'll say things we never had planned, when we'll get to know each other in a little while"]
...
Some fine day when we go walking, we'll take time for idle talking, sharing every feeling as we watch each other smile, i'll hold your hand you'll hold my hand, we'll say things we never had planned, when we'll get to know each other in a little while"]
quinta-feira, agosto 10, 2006
josé gonzález. hints.
["when the crowd is waiting for the final kiss, the one which allows them to sleep well
we walk along the wrong path, the one which leed us to our own blessed.
we need hints before we get tired
but we need hints before we get tired
now we need hints before we lose pace
now we need a hint to know we're on the right track"]
["when the crowd is waiting for the final kiss, the one which allows them to sleep well
we walk along the wrong path, the one which leed us to our own blessed.
we need hints before we get tired
but we need hints before we get tired
now we need hints before we lose pace
now we need a hint to know we're on the right track"]
quarta-feira, agosto 09, 2006
quinta-feira, agosto 03, 2006
[arrumar a estante e os papéis é sempre uma surpresa.]
um envelope verde, sem remetente ou endereço, e eu abro. é surpresa, porque achei que tudo tinha ido embora. que tinha jogado tudo fora. foi surpresa: eu não queria encontrar nada que restasse de você em mim, já que de mágoas eu estou cheia! foi surpresa. eu não queria que ressoassem as palavras falsas nas paredes do meu quarto. eu não queria que som ou imagem aparecessem, não sobre você.
mas, a maior surpresa, meu bem, é que não doeu. essa dor é velha e outras já vieram: não mais fortes ou piores. a que você causou foi de me tirar o chão, de me ruir o mundo. só que é assim: as palavras ressoaram vazias como sempre foram; eu é que dei significado demais a elas quando nada existia. as palavras ressoaram. porém, feias.
e eu não tenho dó de jogar fora. logo, o envelope verde será papel reciclado.
um envelope verde, sem remetente ou endereço, e eu abro. é surpresa, porque achei que tudo tinha ido embora. que tinha jogado tudo fora. foi surpresa: eu não queria encontrar nada que restasse de você em mim, já que de mágoas eu estou cheia! foi surpresa. eu não queria que ressoassem as palavras falsas nas paredes do meu quarto. eu não queria que som ou imagem aparecessem, não sobre você.
mas, a maior surpresa, meu bem, é que não doeu. essa dor é velha e outras já vieram: não mais fortes ou piores. a que você causou foi de me tirar o chão, de me ruir o mundo. só que é assim: as palavras ressoaram vazias como sempre foram; eu é que dei significado demais a elas quando nada existia. as palavras ressoaram. porém, feias.
e eu não tenho dó de jogar fora. logo, o envelope verde será papel reciclado.
segunda-feira, julho 31, 2006
não diz nada, que eu não quero ouvir. que [in]significa. não diz nada, fique aí. que a dor passou, a dor sempre passa. mas a cicatriz sempre pode ser reaberta.
não traga esses seus curativos mínimos. não me diz nada, fique aí.
que a dor passou. passou. passou. mas volta, porque a volta é sempre inevitável.
não traga esses seus curativos mínimos. não me diz nada, fique aí.
que a dor passou. passou. passou. mas volta, porque a volta é sempre inevitável.
domingo, julho 30, 2006
["paz, eu quero paz. já me cansei de ser a última a saber de ti. se todo mundo sabe o que te faz chegar mais tarde. eu já cansei de imaginar você com ela, diz pra mim, se vale a pena, amor! a gente ria tanto desses nossos desencontros, mas você passou do ponto, agora eu já não sei mais. paz, eu quero paz. quero dançar com outro par pra variar, amor. não dá mais pra fingir que ainda não vi as cicatrizes que ela fez, se dessa vez ela é senhora desse amor. pois, vá embora, por favor. que não demora pra essa dor sangrar."]
segunda-feira, julho 17, 2006
[pois, meu bem, não preciso que me desejem boa sorte, ou que falem amor deepois palavras bruscas, e em seguida, pedidos pqra que eu evite os infortúnios. não preciso que me desejem boa sorte, tampouco preciso de lembranças tristes.
tudo isso se cura, tudo isso se cura. porém, não venha me dizer que deseja tudo de bom.]
tudo isso se cura, tudo isso se cura. porém, não venha me dizer que deseja tudo de bom.]
sábado, julho 15, 2006
["eu pensei que quando eu morrer vou acordar para o tempo e para o tempo parar. um século, um mês, três vidas e mais um passo pra trás. por que será?"]
não transbordar de seus limites é culminar em engasgar com as próprias mágoas. extravasar, ir além das fronteiras, gritar. isso é paixão. forçar formas e cores. forçar barreiras e constrastes. ir. ir. ir. e voltar, se assim for o jeito de dizer. transbordar, e transbordar sempre, é condição para viver.
não transbordar de seus limites é culminar em engasgar com as próprias mágoas. extravasar, ir além das fronteiras, gritar. isso é paixão. forçar formas e cores. forçar barreiras e constrastes. ir. ir. ir. e voltar, se assim for o jeito de dizer. transbordar, e transbordar sempre, é condição para viver.
segunda-feira, julho 10, 2006
quarta-feira, julho 05, 2006
O frio cortava a pele e fazia tremer os ossos de Izolita. Os olhos compenetrados na água da chuva, que formava uma poça ammaronzada aos seus pés, procuravam luz, ou mesmo calor, para alegrar aquele dia cinza.
- espero, espero, espero. olho para os lados: a água de meus olhos alaga a cidade... e choro, choro. choro.
[quisera eu poder achar mãos fortes, capazes de dar impulso ao balanço do peito.]
- espero, espero, espero. olho para os lados: a água de meus olhos alaga a cidade... e choro, choro. choro.
[quisera eu poder achar mãos fortes, capazes de dar impulso ao balanço do peito.]
domingo, julho 02, 2006
Para compartilhar com ela a admiração pelo Schutz.
"A personalidade do outro não é mais acecssível como uma unidade, foi despedaçada. Não existe mais a experiência total da pessoa querida, seus gestos, seu modo de andar e de falar, de ouvir e de fazer as coisas; o que resta são as lembranças, uma fotografia, algumas linhas escritas."
"A personalidade do outro não é mais acecssível como uma unidade, foi despedaçada. Não existe mais a experiência total da pessoa querida, seus gestos, seu modo de andar e de falar, de ouvir e de fazer as coisas; o que resta são as lembranças, uma fotografia, algumas linhas escritas."
Camisa de Força, em tradução livre:
Dr. Lorenson: Se acalme, Sr. Starks.
Jack Starks: Fique calmo, vê, fique calmo! Sempre ordenando a nós "fique calmo, seja calmo". Seja calmo! Seja calmo! Eles ordenam *você* ordenar a *mim*: fique calmo! Que porra significa ficar calmo? Olhe para este lugar! Então, acordem! Tá? Ordens vêm sempre de cima! Não deixe que eles fiquem dando ordem por aí, Mackenzie! Vida longa à Organização para os Organizados! Longa vida à Organização para os Organizados!
Dr. Lorenson: Se acalme, Sr. Starks.
Jack Starks: Fique calmo, vê, fique calmo! Sempre ordenando a nós "fique calmo, seja calmo". Seja calmo! Seja calmo! Eles ordenam *você* ordenar a *mim*: fique calmo! Que porra significa ficar calmo? Olhe para este lugar! Então, acordem! Tá? Ordens vêm sempre de cima! Não deixe que eles fiquem dando ordem por aí, Mackenzie! Vida longa à Organização para os Organizados! Longa vida à Organização para os Organizados!
domingo, junho 25, 2006
quinta-feira, junho 01, 2006
A falta de palavras de meus alteregos é o fato de que o alter significa o outro. Entretanto, Janaína, Izolita e Isolda são todas eu. Não são o ego representado em diferentes formas, com outras palavras, nem outros gestos. Não se distanciam de mim mais do que por metáforas.
A característica do alter é ser próprio do outro. Mas essas três mulheres são exatamente o que eu chamo de eu.
Aí, na falta de vontade de mostrar minha cara [para não dizer minhas dores, confusões, risos e soluços], deixo-as guardadas em minha pequena caixa - a mesma que possui fotos, passagens, cartas e ingressos de cinema.
A característica do alter é ser próprio do outro. Mas essas três mulheres são exatamente o que eu chamo de eu.
Aí, na falta de vontade de mostrar minha cara [para não dizer minhas dores, confusões, risos e soluços], deixo-as guardadas em minha pequena caixa - a mesma que possui fotos, passagens, cartas e ingressos de cinema.
terça-feira, maio 09, 2006
O amargo desceu pela garganta e chegou ao estômago. O gosto transformou-se em som de lágrima: eu já não sou paixão, repetia, repetia, repetia.
janaína
janaína
quinta-feira, maio 04, 2006
sexta-feira, abril 28, 2006
terça-feira, abril 25, 2006
segunda-feira, abril 24, 2006
sexta-feira, março 31, 2006
quinta-feira, março 30, 2006
A insustentável vontade de não estar
É não querer seu colo. Por pura inveja. É saber que meu choro não tem culpa, e o de ninguém deveria ter. Não é culpa de ninguém, a dor. Esta, que perpassa fina pelos dentes, aparece assim, de repente. É a parte boa que deve contar da noite, nunca a parte ruim. Não é culpa, meu bem. É a 'insustentável leveza' de me ter como eu quero e não me conformar a vontade de não estar.
É o gole amargo de mim mesma que tenho que engolir todas as noites, depois dos copos de cerveja.
Não existe culpa, meu bem, se a dor que me afaga é um aperto no peito que não está firmada em alguém.
Meu coração aperta-se e não há pessoa por quem ele bate, além de mim mesma. E é vontade da independência, e ao mesmo tempo, a locura para que haja amor, a confusão do ser.
Essa vontade de não estar e não ser, sufoca.
É não querer seu colo. Por pura inveja. É saber que meu choro não tem culpa, e o de ninguém deveria ter. Não é culpa de ninguém, a dor. Esta, que perpassa fina pelos dentes, aparece assim, de repente. É a parte boa que deve contar da noite, nunca a parte ruim. Não é culpa, meu bem. É a 'insustentável leveza' de me ter como eu quero e não me conformar a vontade de não estar.
É o gole amargo de mim mesma que tenho que engolir todas as noites, depois dos copos de cerveja.
Não existe culpa, meu bem, se a dor que me afaga é um aperto no peito que não está firmada em alguém.
Meu coração aperta-se e não há pessoa por quem ele bate, além de mim mesma. E é vontade da independência, e ao mesmo tempo, a locura para que haja amor, a confusão do ser.
Essa vontade de não estar e não ser, sufoca.
domingo, março 12, 2006
sábado, março 11, 2006
segunda-feira, março 06, 2006
sábado, março 04, 2006
segunda-feira, fevereiro 27, 2006
sexta-feira, fevereiro 24, 2006
É que seus olhos são tão claros, que quando vêm à minha mente, enxergo a dor e a felicidade. É tudo tão claro, que vejo o emaranhado de significados que dá ao mundo. e sinto, hipnotizada pelos versos, que qualquer chamego seria dos mais profundos. Não conseguiria esconder dessa luminosidade meus menores defeitos.
É que seus olhos são tão claros que transparecem a fragilidade de uma taça de cristal - eu não posso tocar, por ser dotada de mãos tão desastradas.
[e, como disse há muito, é ruim não saber fazer dedicatórias]
É que seus olhos são tão claros que transparecem a fragilidade de uma taça de cristal - eu não posso tocar, por ser dotada de mãos tão desastradas.
[e, como disse há muito, é ruim não saber fazer dedicatórias]
quarta-feira, fevereiro 22, 2006
domingo, fevereiro 19, 2006
Sabe, querido,
quando meu dia pára e eu fico quieta, às vezes, eu tomo meu banho sem pressa, para o tempo não passar e eu poder olhar e olhar e olhar par ao céu sem nuvens dessa cidade.
E, quando o meu dia pára e eu posso me esquecer do mundo, tudo que eu escuto é uma música bonita no fundo - mas eu sei, ah! eu sei, que a música não existe. I hate to say it, but i love you so... E ressoa, ressoa, ressoa. E eu cantarolo junto, porque não há frase que seja mais verdadeira essa.
Acontece, meu bem, que quando o meu dia pára e todas as flores se abrem para mim, a única coisa que vem à cabeça é essa música inventada e a memória incrível da beirada do lago. Pois, eu olhava para frente no dia de chuva e você me dizia "são estes os olhos mais lindos". Eu sorria e o lago parecia menos sujo e o dia menos cruel quando estava perto.
É aí que eu penso que nunca me dei ao trabalho de deixar de gostar, embora nunca tenha me dado o trabalho de falar.
Quaisquer coisas parecidas são pura e nada mais que meras coincidências.
quando meu dia pára e eu fico quieta, às vezes, eu tomo meu banho sem pressa, para o tempo não passar e eu poder olhar e olhar e olhar par ao céu sem nuvens dessa cidade.
E, quando o meu dia pára e eu posso me esquecer do mundo, tudo que eu escuto é uma música bonita no fundo - mas eu sei, ah! eu sei, que a música não existe. I hate to say it, but i love you so... E ressoa, ressoa, ressoa. E eu cantarolo junto, porque não há frase que seja mais verdadeira essa.
Acontece, meu bem, que quando o meu dia pára e todas as flores se abrem para mim, a única coisa que vem à cabeça é essa música inventada e a memória incrível da beirada do lago. Pois, eu olhava para frente no dia de chuva e você me dizia "são estes os olhos mais lindos". Eu sorria e o lago parecia menos sujo e o dia menos cruel quando estava perto.
É aí que eu penso que nunca me dei ao trabalho de deixar de gostar, embora nunca tenha me dado o trabalho de falar.
Quaisquer coisas parecidas são pura e nada mais que meras coincidências.
quinta-feira, fevereiro 16, 2006
quinta-feira, fevereiro 02, 2006
Lá:
Elas
O irônico é que
nem o gozo,
ou o prazer,
nem as bochechas róseas,
ou as pernas quentes,
fazem delas o que
querem.
Enganam
nos prazeres vis,
a falta.
Elas
O irônico é que
nem o gozo,
ou o prazer,
nem as bochechas róseas,
ou as pernas quentes,
fazem delas o que
querem.
Enganam
nos prazeres vis,
a falta.
quarta-feira, fevereiro 01, 2006
Quem você tenta enganar com esse sorriso pequeno e essa maquiagem, meu bem?
Tudo o que há de ser visto, aparece: olheiras escuras, olhos fundos e pele mal cuidada.
Tudo o que há apra ser visto, transparece: estômago fraco e peito apertado.
Quem você acha que engana nesse seu egoísmo, ao dizer não haver ninguém para amar?
Em você, não há nada a esconder: essa sua ânsia de amor ressalta suas veias do braço, e você chora escondido à noite, eu sei.
Tudo o que há de ser visto, aparece: olheiras escuras, olhos fundos e pele mal cuidada.
Tudo o que há apra ser visto, transparece: estômago fraco e peito apertado.
Quem você acha que engana nesse seu egoísmo, ao dizer não haver ninguém para amar?
Em você, não há nada a esconder: essa sua ânsia de amor ressalta suas veias do braço, e você chora escondido à noite, eu sei.
sexta-feira, janeiro 27, 2006
terça-feira, janeiro 24, 2006
sexta-feira, janeiro 20, 2006
segunda-feira, janeiro 16, 2006
[Janaína]
Me deixa limpar esse seu sangue vermelho-rubro que escorre de sua testa e cobre sua face. Me deixa limpar esse seu suor e essa poeira. Me deixa limpar sua alma com um chá com gotas de vodca. Me deixa descobrir quem é você.
Porque é assim. Eu, quando amo, Calamidade, quero me perder em quaisquer pessoas, para depois me entender. Conversa comigo, me deixa limpar sua face, para caminharmos mais umas léguas. Me deixa estar do seu lado, para saber quem sou eu.
Me deixa limpar esse seu sangue vermelho-rubro que escorre de sua testa e cobre sua face. Me deixa limpar esse seu suor e essa poeira. Me deixa limpar sua alma com um chá com gotas de vodca. Me deixa descobrir quem é você.
Porque é assim. Eu, quando amo, Calamidade, quero me perder em quaisquer pessoas, para depois me entender. Conversa comigo, me deixa limpar sua face, para caminharmos mais umas léguas. Me deixa estar do seu lado, para saber quem sou eu.
domingo, janeiro 15, 2006
no clima dançante: sharon jones - natural born lover
E é quando eu relembro de meus passos, e reconto minhas estórias, e refaço minha vida e minhas personagens que me vejo. Quando eu me pego relembrando fatos, amores e silêncio, jorro e me esbaldo em vontades. Aí, caio e fico a remoer dores, que logo passam.
Ao parar no sinal, ecebo mil papéis de promoção do supermercado e um de panfleto de viagens.
Queria relembrar meus passos, mas estar longe daqui.
E é quando eu relembro de meus passos, e reconto minhas estórias, e refaço minha vida e minhas personagens que me vejo. Quando eu me pego relembrando fatos, amores e silêncio, jorro e me esbaldo em vontades. Aí, caio e fico a remoer dores, que logo passam.
Ao parar no sinal, ecebo mil papéis de promoção do supermercado e um de panfleto de viagens.
Queria relembrar meus passos, mas estar longe daqui.
sexta-feira, janeiro 13, 2006
na falta de minhas palavras:
"você não precisa dizer mais nada, que ainda consigo escutar o som do vazio das suas palavras qeu os seus olhos não param de gritar. para onde você vai agora, por onde irei te procurar? se, no futuro da minha memória, você está comiho em todo lugar? [...]
você me acusa de nunca saber como entender sua lei. mas como é que eu pude me deixar me perder, se nunca sequer me encontrei?"
"você não precisa dizer mais nada, que ainda consigo escutar o som do vazio das suas palavras qeu os seus olhos não param de gritar. para onde você vai agora, por onde irei te procurar? se, no futuro da minha memória, você está comiho em todo lugar? [...]
você me acusa de nunca saber como entender sua lei. mas como é que eu pude me deixar me perder, se nunca sequer me encontrei?"