domingo, março 10, 2002

Escreveria toda essa minha dor ilusória
Conveniente
Toda essa minha pequena dor burguesa
Nada emocional
Se eu fosse você.
Mas não importa, já que eu não sou você e nem o que espera
Só sou essa suicida em potencial
Com todas essas palavras e sons tolos saindo de minhas mãos.
Essas mãos quebradas e doloridas
Essas mãos que se fecham em torno de si mesmas
Em favor de um casulinho estranho que surge dentro de mim.
Fuja, meu querido navio
Fuja pra sempre comigo.
me leve pra longe desta terra
E pra longe de todos os seus tubarões malditos e vazios.
me leve pra longe de todo esse julgamento autoritário
me leve daqui.
Me abrace, querida Nau.
Me beije, me tenha.
Mas não acredite em mim.

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