quarta-feira, março 27, 2002

Vou rompendo comigo mesma.
Rompendo valores, quebrando regras que fluem e voam.. estão em mim, no ar, no nada.
Nem entendo como são, quais são.
Vou mordendo todo o meu ódio, me represando, me deixando cair num buraquinho estático.
Violentamente me coloco em um espaço insuficiente para conter tudo o que se passa aqui dentro
Todos os reflexos
Todos os eus
Todas as frustrações
Todos os dias de não sexo
Todos os dias de não inteligência.
Vou rompendo comigo mesma. Criando uma barreira, que antes era só uma linha, só um dia.
Vou criando fugas para o meu sofrimento
Construindo novas rotas para o ódio
Canalizando a represa que eu fiz pra tudo o que seria capaz se não me podasse.
Veja, eu me podo e ninguém mais.
Talvez.
Não chegue mais perto.
Não beba da minha água se não pode me ser útil
Não me beije se não pode me tocar
Não me toque se não vai me ter.
Não me deixe quando prometeu me levar com você.

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