sexta-feira, março 08, 2002

Uma guerra é uma guerra, não existem mocinhos, nem bandidos.
Todos só têm olhos pra um lado, pra um companheiro.
Uma guerra é uma guerra, mas ainda existe a outra face, o outro povo.
O outro povo que também é gente, pessoas que morrem, que comem, que cagam, que sentem.
Uma guerra é uma guerra, de pessoas e não de exércitos e não de desumanos. Uma guerra não é só de ambições, mas de vidas.
Você acaba não lutando pela sua vida, mas para que não morra, ou acaba se deixando levar pela morte.
Não há heróis, nem mocinhos, nem nada! Só vítimas de si e de outros. Só vítimas de decisões. Só crianças feridas, só seres mutilados, cegos.
Uma guerra é uma guerra, de vazios e de ódios. De irracionalidades postas à tona num instinto de um ser que se freia. Se freia pra se chamar superior. Uma guerra é a prova máxima do humano que se coloca no patamar de ser transcedental. Uma guerra é de crueldades e não de justiças; de motivos indignos, sejam quais forem.
Uma guerra é uma guerra, com pessoas feridas, com pessoas morrendo de fome e sede, além das balas. De pessoas, inocentes ou não, militares ou milicianos, envolvidos com as decisões ou simples capachos.
Uma guerra é inaceítável, triste e repugnante. De pessoas lutando pelo vazio e morrendo pelo vazio.
"Só os mortos viram o fim da guerra." - como já disse Platão.

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